Hoje (25) é o “Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha”. A data é comemorada em todo país. Em Mato Grosso do Sul o evento será celebrado na Associação Campo-grandense de Professores (ACP/MS), na Capital, a partir das 18 horas. A coordenadora especial de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso do Sul (Cppir/MS), Raimunda Luzia de Brito participa das atividades na ACP.
Na celebração serão realizadas diversas atividades, com temáticas sobre diálogo político, violência racial e de gênero. E, ainda, apresentações Culturais, danças, poesias e declamações.
O encontro está sendo organizado pelo Coletivo de Mulheres Negras de Mato Grosso do Sul “Raimunda Luzia de Brito” (Cmnegras/MS), entidade não governamental, com atuação nas questões relativas às Políticas de Promoção da Igualdade de Gênero e Raça, no combate à discriminação, preconceito, racismo, sexismo, homofobia e todas as formas correlatas de exclusão, opressão, luta em defesa dos direitos das mulheres na especificidade às Mulheres Negras.
25 de julho
Em 1992, na República Dominicana, cerca de 400 mulheres negras de todas as partes do mundo decidiram comemorar um reencontro há muito tempo idealizado por algumas mulheres negras. A partir daí, expandiram a ideia entre os continentes e firmaram o dia 25 de julho para que celebrassem a vitória de estarem juntas – unidas na América Latina e no Caribe, sem perder a dignidade, a perseverança, a persistência – bem como das lutas e batalhas do cotidiano.
Na opinião da diretora-presidente do Cmnegras/MS, Ana José Alves Lopes, também integrante da Executiva do Fórum Nacional de Mulheres Negras (FNMN), para se consolidar a data comemorativa é preciso romper muitos desafios e usar de muita criatividade para dar visibilidade às mulheres negras. Segundo ela, “é uma luta árdua e bastante complexa”.
“Há quem indaga as ativistas negras, bem como do movimento social de mulheres negras, com os seguintes questionamentos: mas por que comemorar o dia 25 de julho se tem o dia 8 de março, – que se comemora o Dia Internacional da Mulher? Não estão querendo demais? – A resposta é "não". Não somos nós que fragmentamos, mas sim quem não respeita o recorte étnicorracial e de gênero”, responde Ana José, ao explicar que a data de 25 de julho “demarca a construção de um processo político para simbolizar esse fato histórico de lutas emblemáticas”.
Segundo Ana José, no Brasil desde 1993 algumas ONGs Feministas Negras relembram esporadicamente o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. “Pouco se fala sobre a data”, lamenta Lopes. "As bandeiras das lutas e batalhas constantes para promoção das mulheres, bem como no combate a violência, a discriminação racial, o preconceito, o sexismo, a homofobia, dentre outras, estão assinaladas pelo Coletivo de Mulheres Negras e pelo Fórum Nacional de Mulheres Negras, e tantas outras parceiras, simpatizantes, apoiadoras, beneméritos e ativistas sociais dos Direitos Econômicos, Sociais, Culturais, Ambientais, Direitos Humanos, para que possamos cada vez mais tornar o mundo melhor e com mais justiças”, informa.
Serviço
As atividades do Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha acontecerão nesta quarta-feira (25), a partir das 18 horas, na ACP, à Rua 7 de setembro 683 – centro de Campo Grande.
Três Lagoas