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Três Lagoas

Moradores do Jupiá se arriscam na travessia

Há quase dois anos uma passarela foi prometida pela Fibria, mas ainda aguarda liberações

Todos os dias centenas de pessoas se arriscam atravessando a linha do trem, próximo ao terminal de carga e descarga de celulose da Fibria. A pressa, seguida pela distância da travessia da passagem de nível, que liga o bairro de Jupiá à Vila conhecida como Sapolândia, fazem com que os moradores se arrisquem ao passarem pelo local.
Os moradores se dizem inseguros. Mas por falta de opção, a maioria continua utilizando o caminho. Eles relatam que desde que o terminal foi implantado, a promessa da construção de uma passarela foi feita, mas que até então nada mudou.
Além da poluição sonora, eles também contam que o maior problema é quando os trens se enfileiram fechando passagem e obrigando as pessoas a pularem os vagões. Não há quem não reclame da situação e não tenha um conhecido que já teve algum pequeno acidente no local. Se não se machucaram pelo menos têm uma história relacionada aos imprevistos.
A auxiliar de produção, Nathália de Oliveira Soares, explicou que o perigo é constante nas travessias. “Eu passo por aqui todos os dias. Algumas vezes temos que pular os vagões coloEm
entrevista por telefone ao Jornal do Povo, o responsável pelo departamento de relações com a comunidade em Três Lagoas, Luis Washington Westma, disse que a passarela sairá e que não é apenas uma promessa.
Ele informou ainda que a proposta foi da empresa, visando eliminar os riscos de acidentes no local e que a demora se justifica por questões burocráticas no que tange às liberações para a construção.
“São vários pedidos de liberação. O primeiro já foi entregue pela ALL [América Latina Logística] depois de quatro meses de espera. Há um mês encaminhamos o projeto a ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] e é por aguardar esta liberação que ainda não iniciamos a construção”.
Westma ressaltou a preocupação da empresa com relação aos prazos, quando questionado sobre o motivo da demora. “Nós dependemos de licenças e também das respostas em Brasília. Infelizmente há situações que não estão ao nosso alcance. Quero esclarecer que todo o processo já foi licitado e uma empresa contratada. Assim que a ANTT liberar daremos inicio a obra”.
Ele não quis se comprometer estabelecendo um prazo. Esclareceu apenas que após a liberação a passarela ficará pronta em 120 dias.
“Esperamos pelo resultado positivo. Enfrentamos um processo de hierarquia. Dependemos da aprovação das normas e dos detalhes técnicos. Tudo que está ao nosso alcance está sendo feito. Não estamos enganando ninguém. A passarela vai sair”. (G.C.)
cando nossa vida em risco, afinal a gente não sabe quando eles vão andar”.
A estudante Juliana Ramos ressaltou as dificuldades enfrentadas. “Tenho que passar de bicicleta por aqui e é difícil. Ainda mais quando os vagões impedem a passagem. Um amigo meu machucou o joelho certa vez, quando foi pular um vagão. Ele ficou dois dias sem ir à aula e precisou ser levado ao hospital”.
A adolescente relata que ir até a passagem de nível é desgastante por conta da distância. “É uma volta imensa. Antes de instalarem esse barracão aqui a nossa vida era tranquila, nada disso existia. Agora o movimento é intenso e nunca sabemos quando algo vai acontecer”.

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