Veículos de Comunicação

Três Lagoas

MS é o 8º no país com maior população de migrantes, diz IBGE

Levantamento aponta que 636 mil moradores vieram de outros estados

Mato Grosso do Sul é o oitavo no ranking de estados com maior população de migrantes, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cerca de 26% da população é formada por pessoas naturais de outros estados. Dos 2,4 milhões de habitantes que vivem no estado, 636 mil vieram de outras regiões do país.

Na avaliação de economistas, os dados apontados pelo IBGE estão ligados diretamente à mudança da matriz econômica do estado. As indústrias vêm ganhando cada vez mais espaço em um território onde antes predominava o agronegócio. "Enquanto nós estávamos calcados no binômio econômico pecuária-grãos, eles vieram com novas ideias para agregar valor e industrializar nossos produtos", explica Thales Campos, assessor econômico da Federação do Comércio (Fecomércio-MS).

Há cerca de um ano e meio, Pedro Correia veio de Brasília para assumir a superintendência de um shopping em Campo Grande. A experiência em grandes empresas foi fundamental para encarar o novo desafio na carreira profissional. De casa e emprego novos, ele comemora uma fase única que está vivendo ao lado da família, longe de um grande centro urbano. "Já tive em Bonito e Ponta Porã, conheci um pouco do interior, e cada vez que tenho oportunidade, me surpreendo com a beleza do estado", conta.

A chegada de novos migrantes está concentrada principalmente no interior do estado. Em Chapadão do Sul, 56% da população são de fora de Mato Grosso do Sul. Em Sonora, Mundo Novo, Novo Horizonte do Sul e Brasilândia, pouco mais da metade dos moradores vieram de fora. Já Antônio João (5,8%), Caracol (6,5%) e Porto Murtinho (7,8%) são as cidades com os menores índices.

A consultora de negócios Yslanda Maria Alves Barros trocou as praias de Fortaleza pela a arborizada Campo Grande, acompanhando o marido. Ao lado da família, ela trouxe na bagagem sonhos de uma carreira mais sólida aliada à qualidade de vida. "Vi um estado como um potencial, que oferece muita oportunidade de trabalho. E nessa oferta, você precisa ter qualificação contínua", diz a consultora.

Além de novos hábitos e costumes, os migrantes trazem também um olhar crítico ao novo estado. "O que aconselho é o investimento na qualificação das pessoas em relação à prestação de serviços", afirma Yslanda.