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Três Lagoas

Obras da Eldorado são paralisadas pela 4ª vez

Cerca de oito mil operários cruzaram os braços por de melhores condições de salário e trabalho

Representantes das forças sindicais se reúnem -
Representantes das forças sindicais se reúnem -

As obras do canteiro de obras da fábrica de celulose Eldorado Brasil foram paralisadas, mais uma vez. A decisão foi tomada ontem durante assembleia entre os operários, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil (Sintricom), Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Pesada (Sintiespav), Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores (CUT). De acordo com o presidente do Sintiespav, Antônio Luiz de Oliveira, cerca de oito mil homens aderiram à paralisação. Essa já é a quarta paralisação nos últimos meses.

Segundo Oliveira, além dos baixos salários, os operários estariam sendo maltratados. “Falta até água no canteiro”, disse. Ele contou que a intenção do encontro de ontem era apenas ouvir deles se as propostas do último acordo, realizado em fevereiro, estavam sendo cumpridos. “A situação está mais grave do que imaginávamos. A Eldorado continua descumprindo com o combinado”, explicou. Uma das falhas seria a folga de campo, a cada 90 dias, que não é oferecida. “Ao invés da folga, eles demitem os funcionários”, salientou.

Hoje, às 9h, os sindicatos de Três Lagoas vão se reunir com representantes da Eldorado e suas terceirizadas com o intuito de chegar a um acordo. Caso isso não aconteça à paralisação continuará por tempo indeterminado. “Se for o caso formalizaremos a disposição de entrarmos em greve”, destacou. Segundo Oliveira, entre as reivindicações estão: reajuste salarial de 20%, 100% de horas extras de segunda a sexta-feira, 175% de horas extras para os sábados, domingos e feriados, horas in itinere (pagamento das horas que os trabalhadores passam dentro ônibus até que cheguem à indústria), vale alimentação de R$ 500 e folga de campo a cada 60 dias, com cinco dias de permanência no domicílio sem contar o tempo de viagem.

REAJUSTE
Em reunião na última semana a Eldorado havia proposto 7,5% de aumento no salário, adicional noturno de 25% e folga de campo a cada 75 dias. A contraproposta, entretanto, foi negada. Na última sexta-feira, representantes dos sindicatos distribuíram panfletos com o acordo oferecido pela empresa. No folheto constava o seguinte jargão “Agora Vai, ou Racha”. Eles abordaram que enquanto a empresa não atender as reivindicações dos operários as obras continuarão paralisadas. “A data da conclusão das obras já está prejudicada e caso a empresa não atenda as solicitações dos operários vai atrasar ainda mais”, destacou.