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Três Lagoas

Petrobras apresenta unidade de fertilizantes em Três Lagoas

O debate aconteceu na noite desta quinta-feira, no Centro Estadual de Meio Ambiente, em Três Lagoas

Projeto da unidade de fertilizantes da Petrobrás que será instalado em Três Lagoas -
Projeto da unidade de fertilizantes da Petrobrás que será instalado em Três Lagoas -

Um amplo debate marcou a Audiência Pública de apresentação da UFN III (Unidade de Fertilizantes e Nitrogenados) da Petrobras, na noite desta quinta-feira (16), no Centro de Eventos Leiloado, em Três Lagoas. Realizada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semac) e prefeitura do município, e conduzida pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), a audiência mostrou à sociedade o Estudo de Impactos Ambientais/Relatório de Impactos no Meio Ambiente (EIA/Rima) referente à fábrica, a ser instalada no Distrito Industrial do município.

Segundo Tatiane Moraes, coordenadora do EIA/Rima do projeto, caso aconteça um possível vazamento de gases e líquidos – mesmo que não previsto – a proliferação atingirá um raio máximo de 2 km, o que garante segurança ao território urbano do município e, consequentemente, à população.

Em relação ao tema mais polêmico, que é a emissão de efluentes no rio Paraná, Moraes afirma ainda que “as características do que for lançado na natureza, não coloca em risco a qualidade do rio e sua biota, pois tais elementos já ocorrem na natureza, portanto não poluem”.

Cerca de 20 profissionais da Petrobras, especialistas em diversas áreas, estavam presentes para esclarecer questionamentos específicos dos participantes da audiência. Um dos pontos mais discutidos foi a decisão da estatal em optar pela captação de água do aqüífero Santo Anastácio em detrimento do rio Paraná. De acordo com representantes da Petrobras, as duas opções atendem à demanda industrial; no entanto, foi constatada maior viabilidade econômica da utilização de poços, o que, segundo a empresa, não compromete a sustentabilidade dos aqüíferos, e não traz risco de contaminação das águas subterrâneas.

A Petrobras apresentou a descrição detalhada do projeto, processos de produção de fertilizantes (ureia e amônia), os impactos negativos e positivos e medidas mitigadoras.

De acordo com a chefe do escritório do Imasul de Três Lagoas, Délia Vilamaior, após a apresentação pública do projeto, o momento agora é de avaliação do estudo de impacto ambiental realizado pela Petrobras. O estudo deve ser analisado em parceria com ONGs, Ministério Público, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e prefeitura municipal. A licença ambiental só é concedida após constatação de viabilidade ambiental.

Geração de emprego
De acordo com o gerente de implantação da Petrobras Fertilizantes, Felipe Poli, a construção da unidade será concluída no segundo semestre de 2014, e deve gerar cerca de 5 mil empregos.

“Para preparar a mão de obra e desenvolver nossos fornecedores, a Petrobras irá utilizar o Plano Nacional de Qualificação Profissional para Indústria do Petróleo e Gás Natural (Promimp), além do apoio do Senac, Senai, Sebrae e Semat”, explica Poli.

De olho nos postos de trabalho, alguns alunos do Senac participaram da audiência. “Estamos formando profissionais que podem perfeitamente ser absorvidos por esse empreendimento, então é importante que eles acompanhem o processo desde o início”, disse o gerente do Senac de Três Lagoas, Wilson Vendimiati. Cerca de 200 alunos freqüentam cursos para técnicos em meio ambiente; florestas; e em segurança do trabalho.

A prefeita de Três Lagoas, Márcia Moura, lembrou o convênio firmado para a destinação de recursos no valor de R$ 5,980 milhões, sendo R$ 5 milhões do Estado e R$ 980 mil do município, para a aquisição da área destinada à construção da indústria.

“A logística do município foi um dos grandes atrativos para trazer ao Estado esse empreendimento de grande porte. Teremos aqui a maior fábrica de fertilizantes do Brasil, contribuindo para produção de riquezas e o crescimento econômico a todo o Mato Grosso do Sul”, disse.

Participaram da mesa da audiência Pedro Mendes Neto, assessor jurídico do Imasul; Felipe Poli, gerente de implantação do projeto em Três Lagoas; Tatiane Moraes, coordenadora do Eia/Rima; a prefeita Márcia Moura; o Major Wilson Monari; o presidente da Câmara de Vereadores, Fernando Milan; Delia Vilmaior, gerente local do Imasul; e o promotor de Meio Ambiente Antônio Carlos.

Produção
A unidade deverá produzir 2,2 mil toneladas de amônia por dia e 3.600 toneladas de ureia. O fertilizante é um dos principais insumos para o crescimento e melhoria da produtividade agrícola nacional. Atualmente, o Brasil importa 70% dos insumos que consome.