Apesar de o Ministério da Saúde (MS) ter ampliado a faixa etária para a vacinação contra a Hepatite B, poucos residentes têm procurado as unidades de saúde de Três Lagoas para serem imunizadas. Atualmente, pessoas até 29 anos podem tomar as doses. No ano passado, a idade limite passou de 19 para 24. Para atender à demanda, o estado aumentou em 163% a quantidade de vacinadas compradas. O investimento foi de R$ 83,2 bilhões. A vacinação é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a coordenadora do Departamento Municipal de Imunização, da Secretaria de Saúde, Humberta Azambuja, a procura pelas doses é bastante tímida no município. No primeiro trimestre deste ano, apenas 3.798 pessoas procuraram pelas vacinas. A meta, porém, é vacinar 13.405 pessoas de um a 29 anos. Os números da meta representam 70% da população (44.686) três-lagoense dessa faixa etária.
Só ficam protegidas contra a hepatite B aquelas pessoas que tomarem as três doses. “Não adianta tomar uma dose ou duas. O efeito só passa a valer a partir do momento em que o ciclo é concluído”, disse. O intervalo da primeira dose para a segunda é de 30 dias. Já para a terceira, o intervalo deve ser de seis meses em relação à primeira dose. Humberta explicou ainda que hoje em dia a primeira vacina é aplicada na maternidade. “É comum que as crianças, mesmo antes de completar um ano, já estejam imunizadas”, disse.
Humberta chamou a atenção da população para que procure um posto de saúde, caso não tenha sido imunizada. “Quem não lembra se tomou ou não a vacina pode levar a carteirinha no posto que os profissionais podem ver se ela está em dia. Quando o paciente perde a carteira de vacinação, deve tomar novamente todas as doses”, explicou.
VULNERÁVEIS
Além do grupo de faixa etária entre um e 29 anos, as vacinas contra a Hepatite B são oferecidas para o grupo de pessoas vulneráveis: gestantes, manicures, pedicures, podólogos, caminhoneiros, bombeiros, policiais civis, militares e rodoviários, doadores de sangue e coletores de lixo domiciliar e hospitalar.
DST/AIDS oferece testes de Hepatites B e C gratuitamente
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O teste para Hepatite Viral é oferecido gratuitamente. Os interessados podem ir até o Programa Municipal DST/AIDS, localizado na rua Darcy Pio, 599, no bairro Santos Dumont. O resultado fica pronto em no máximo 30 dias. Segundo a coordenadora do programa, Susie Donero, em casos em que os sintomas são evidentes é possível fazer o teste rápido, que fica pronto em meia hora. “Não podemos oferecer os testes rápidos a toda a população porque, por enquanto, o governo federal tem nos mandado poucos desses testes”, disse.
Em Três Lagoas, foram registrados oito novos casos suspeitos da doença no ano passado. Os números deste ano só serão divulgados em julho. De acordo com Susie, essas pessoas são acompanhadas periodicamente pelo programa. “Ainda não podemos afirmar se os casos são realmente positivos porque o vírus pode demorar a se desenvolver”, explicou.
A Hepatite B é uma infecção do fígado que nem sempre apresenta sintomas e pode tornar-se crônica. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 70% dos adultos expostos ao vírus da hepatite B não apresentam sintomas. Somente 30% apresentam os sintomas da forma aguda. Dos adultos infectados, cerca de 5% a 10% terão Hepatite B crônica, por isso a importância da extensão da faixa etária dessa vacina no SUS.
A transmissão pode ocorrer pela relação sexual desprotegida, pelo compartilhamento de objetos contaminados – lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, alicates de unha, materiais para colocação de piercing e tatuagens, instrumentos para uso de drogas – acidentes por exposição à material biológico e procedimentos cirúrgicos, odontológicos e de hemodiálise, em que não se aplicam as normas adequadas de biossegurança.
HEPATITE C
Foram registrados 18 novos casos de Hepatite C no ano passado, em Três Lagoas. A hepatite C é causada por um vírus transmitido por sangue contaminado. Em circunstâncias raras, ocorre a transmissão por via sexual e a transmissão vertical (da mãe gestante para o filho). Na maioria das vezes, a doença é silenciosa e assintomática e pode ser detectada apenas por exames laboratoriais. Em outros casos, as manifestações da infecção hepática assemelham-se aos de uma gripe, como fraqueza e mal-estar. Algumas vezes, o doente pode apresentar olhos e pele amarelados e urina escura.
