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Três Lagoas

Prefeitura tem 9 dias para entregar plano de resíduos

Não cumprimento do prazo pode acarretar na não liberação de recursos pela União

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Dentro de nove dias encerra o prazo para que os municípios entreguem os planos municipais de destinação dos resíduos sólidos ao Ministério do Meio Ambiente. Conforme estabelece a Lei nº 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dia 2 de agosto vence o prazo para a apresentação de novos projetos, propostas e credenciamento para receber recursos. O Ministério do Meio Ambiente já informou que não vai ter prorrogação. Segundo o órgão, os municípios que não apresentarem seus planos ficarão sem receber os recursos federais.

Apesar de ainda não ter o plano elaborado, o secretário municipal de Finanças, Planejamento e Controladoria, Walmir Marques Arantes, afirmou que Três Lagoas não deixará de receber recursos por esse motivo. “Nunca perdemos recursos do governo federal, não será por esse motivo”, disse Arantes. Ele informou que a Prefeitura contratou a empresa DMB Engenharia de Campo Grande para elaborar o plano, e que a administração municipal vai cumprir o prazo estabelecido por lei. O secretário não soube precisar o valor pelo qual a empresa foi contratada e quando isso ocorreu.

LEI
A lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos está em vigor desde agosto de 2010. Assim, como a maioria dos municípios, Três Lagoas deixou para elaborar o plano em última hora. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, apenas 191 dos 5.565 municípios brasileiros têm o plano de gestão sobre resíduos sólidos, aprovado pelo órgão.

Na mesma lei, também é determinada a criação dos Planos Municipais de Resíduos Sólidos também estabelece que os lixões sejam transformados em aterros sanitários. Em Três Lagoas, a destinação correta do lixo já ocorre desde 2007, quando aconteceu a implantação do aterro sanitário. Entretanto, a legislação determina também o detalhamento para a implantação da coleta seletiva, serviço que ainda não existe no município.

Segundo a Jaqueline Zarror, da DMB Engenharia, o plano ainda não começou a ser elaborado, pois a empresa ainda não assinou o contrato com Prefeitura, o que deve ocorrer nos próximos dias. No plano, de acordo com ela, também será incluído detalhes de um programa para a implantação da coleta seletiva em Três Lagoas. Jaqueline não informou se será possível entregar o plano no prazo de nove dias. Esse serviço deve estar em funcionamento em todo o país em 2013.

COLETA SELETIVA
O secretário de Meio Ambiente, José Estevão, disse que no plano de gerenciamento definirá as políticas públicas para a implantação da coleta seletiva, se ela irá acontecer através de associação, cooperativismo ou por uma empresa terceirizada. “Nesse plano estamos assegurando os aspectos técnicos de como esse serviço deve ocorrer”, salientou.

Ainda conforme a lei federal, deve ser definido no plano de gerenciamento dos resíduos sólidos como será feita a destinação dos resíduos da construção civil. Desde o ano passado a Secretaria do meio Ambiente havia elaborado um projeto de lei estabelecendo o antigo buracão da Vila Piloto como local para receber os restos de materiais da construção civil. O projeto foi encaminhado para a aprovação dos vereadores, entretanto, como prevê a cobrança de uma taxa para o depósito do material no local, está engavetado desde o ano passado.

DADOS
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, em todo o Brasil, são produzidos mais de 90 milhões de toneladas de lixo por dia.  Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) de Mato Grosso do Sul, revelaram que somente em 2011, os sul-mato-grossenses produziram um total de 2,4 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. O Estado aparece e 5º lugar com pior índice nacional de destinação adequada de resíduos sólidos urbanos.

O Panorama 2011 dos Resíduos Sólidos no Brasil mostrou que, apenas 26,7% da produção de lixo em Mato Grosso do Sul são descartados em aterros sanitários. Três Lagoas, Campo Grande, Dourados e Naviraí são os únicos munícipios do Estado que dispõe de aterros sanitários.

Outros municípios estão em fase de implantação. Alguns vão implantar de maneira consorciada, devido a sua proximidade geográfica. Até 2014, todos os municípios devem destinar seus lixos para os aterros sanitários.