Balanço de exportações
O ano começou com uma notícia ruim de um balanço das exportações de 2015. A queda próxima de 2% representou perda de US$ 22 milhões em mercadorias vendidas por empresas de Três Lagoas para fora do país. A queda foi explicada pela retração econômica da China, que teve seu ritmo de crescimento achatado no ano anterior. A venda de celulose para chineses caiu mais de 4% em seis meses.
A recuperação conseguida no decorrer do ano não devolveu à indústria local os resultados de anos anteriores, mas aliviou perdas. Entre julho e setembro, as exportações de celulose cresceram 21%.
Em outubro, a empresa Fibria concluiu a instalação de um equipamento de 200 toneladas para sua segunda linha de fabricação de celulose, e, em dezembro, anunciou a instalação de um porto intermodal em Aparecida do Taboado.
O ano não foi dos melhores para a Eldorado Brasil. Indiretamente envolvida em investigações da Operação Lava Jato, a empresa seu nome exposto entre empresas suspeitas de pagar propina a políticos para obter empréstimos de fundos de pensão. Mesmo assim, reafirmou que vai investir R$ 10 bilhões em nova fábrica de celulose em Três Lagoas.
China
A Prefeitura de Três Lagoas anunciou em janeiro que pediria uma antecipação de contato com a empresa China Three Gorges, vencedora do leilão de concessão das usinas de energia Jupiá e Ilha Solteira. A intenção era saber para qual cidade – Três Lagoas ou Castilho (SP) – a empresa iria recolher tributos após assumir a operação de Jupiá. A reunião levou mais de 10 meses para ocorrer, no escritório da empresa, em São Paulo. A gigante chinesa de energia elétrica anunciou que vai depositar o ISS para o caixa da Prefeitura de Três Lagoas.
Impostos – Plano Diretor
Foi anunciado em janeiro reajuste de 9,93% no IPTU, com previsão de receita de R$ 25 milhões durante todo o ano. O percentual foi calculado de acordo com a variação anual do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA. A mesma base de cálculo foi usada para a correção do IPTU de 2017, contida no orçamento de R$ 450 milhões, aprovado pelos vereadores em dezembro – R$ 18 milhões a mais que o de 2016. Só o IPTU deve render R$ 27 milhões.
Em 2016, Três Lagoas entrou para um grupo de cidades brasileiras com capacidade para contratar empréstimos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Uma parceria para a elaboração de um novo Plano Diretor foi assinada entre a prefeitura da cidade e o Instituto de Cidades Emergentes e Sustentáveis, mantido por estes bancos, Grupo Votorantim e a empresa Fibria.
O novo Plano Diretor prevê, inclusive, a ocupação de terrenos vazios da cidade, para evitar a expansão por meio de novos loteamentos.
Dengue: perigo continua
No primeiro semestre entraram em treinamento 25 militares do Exército para o reforço no combate à infestação do mosquito Aedes aegypti, que contaminou mais de 800 pessoas com dengue e chikungúnia, na cidade, em seis meses. A guerra contra o mosquito teve ações em casas de moradoras, empresas e em terrenos abandonados – muitos deles, cheios de lixo.
E o ano termina com um alívio, porque o índice de infestação do inseto diminuiu, como também o número de pessoas doentes foi menor no segundo semestre.
Misto cai; Silvânia é ouro
Esperançoso com o início das disputas do campeonato sul-mato-grossense de futebol, o Misto anunciou a contratação de 18 jogadores, mesmo sem ter técnico definido para a estreia contra o Operário, em 13 de fevereiro.
Mesmo assim, o ano não foi bom para o Carcará da Fronteira. Brigas entre diretores e uma desastrada parceria com um investidor que nunca apareceu levaram o Misto à polícia. Jogadores acusaram a diretoria de calote e muitos foram embora sem ser a cor do dinheiro. Em campo, o Misto foi rebaixado para a segunda divisão estadual. E fora de campo, ainda há dúvidas se a equipe vai disputar o campeonato oficial do ano que vem.
Os irmãos Ricardo e Silvânia Costa colocaram Três Lagoas no mapa mundial de medalhistas paralímpicos. Ricardo venceu a prova de salto em distância para cegos, na categoria T11, com a marca de 6 metros e 52 centímetros. Silvânia venceu na mesma modalidade e categoria de salto em distância, com a marca de 4,98m.
Chuvas causam transtornos a moradores
As chuvas do início do ano trouxeram prejuízos e preocupação para moradores e autoridades. Ruas e avenidas voltaram a ficar alagadas e o asfalto, esburacado. Em bairros sem ruas asfaltadas, o drama também se repetiu.
Com dinheiro do governo estadual, foi lançado o recapeamento da avenida Capitão Olyntho Mancini. Com recursos da prefeitura, as avenidas Eloy Chaves e Antonio Trajano. Também foram reformados e ampliados diversos prédios públicos para escolas, postos de saúde e academias a céu aberto.
Depois de mais 15 anos de espera, foi inaugurada em agosto a ponte sobre o rio Paraná, que liga Três Lagoas a Castilho. A obra custou quase R$ 160 milhões. Na solenidade, o governo prometeu liberar mais R$ 35 milhões para estudos da construção de um anel rodoviário, que deverá desafogar o tráfego de caminhões pesados da avenida Ranulpho Marques Leal. A avenida, inclusive, foi palco de polêmica com a exigência de motoristas trafegarem com faróis acesos durante o dia.
Ano bom para o Auxiliadora
O ano foi altamente positivo para o Hospital Auxiliadora. A entidade filantrópica de saúde conquistou uma clínica de atendimento a pacientes de câncer, construída pelo Rotary Clube de Três Lagoas.
As obras custaram R$ 1 milhão e ficaram prontas em apenas nove meses. A clínica possui 21 leitos que estão prontos, em fase de instalação de equipamentos. Desde que foi credenciado pelo SUS, há três anos, o número de atendimentos de oncologia no hospital saltou de dois para oito mil.
Em novembro, o Hospital Auxiliadora inaugurou o Centro de Diagnóstico por Imagem, que teve projeto lançado em 2011, e foi construído com recursos do próprio hospital. Inicialmente, o centro atende pacientes de planos de saúde, mas o hospital aguarda para breve credenciamento para atender pacientes do SUS.
Neste mês, uma parceria com a Associação de Ação e Proteção a Crianças em Situação de Risco vai viabilizar a ampliação e reforma da ala de pediatria do Hospital, no valor de R$ 700 mil. A partir desta reforma, o setor terá capacidade para receber e atender melhor uma quantidade maior de crianças.
Eleições tucanas
Deu a lógica. Pesquisas realizadas desde o meio do ano indicavam a vitória do deputado estadual Ângelo Guerreiro, do PSDB, como candidato a prefeito de Três Lagoas. Ele disputou com outros três candidatos e ficou com mais da metade dos votos válidos.
Na campanha eleitoral, Guerreiro teve apoio do governador Reinaldo Azambuja, que esteve por três vezes na cidade. O Grupo RCN de Comunicação realizou duas sabatinas com os candidatos. A primeira, na rádio Cultura FM, e a outra nos estúdios da TVC – Canal 13. Antes das eleições, o Jornal do Povo desenvolveu uma série de reportagens especiais para mostrar os maiores desafios que serão enfrentados pelo novo prefeito em saúde, infraestrutura, construção de casas populares e modernização da política industrial.
No dia da eleição, e com a escolha de Guerreiro, Três Lagoas se confirmou como a única grande cidade do Estado com político eleito do mesmo partido que o governador Reinaldo Azambuja.
Área militar
Prestes a ter sua unidade do Exército mudada, Três Lagoas começou a receber neste mês o armamento que será usado pela Companhia de Bateria Antiaérea, que será instalada no lugar da Companhia de Infantaria.
Quiosque em pé
Secretários da prefeita Márcia Moura perderam um debate contra uma comerciante que ameaçavam demolir um quiosque construído às margens da Lagoa Maior. A mulher resistiu e o quiosque continua em pé, mesmo com uma ordem judicial de demolição.
Jacaré é notícia
Os bichos da Lagoa Maior continuaram sendo notícia. Pessoas se arriscaram em se aproximar principalmente de jacarés. O Ministério Público insistiu na remoção dos animais para outro local, principalmente depois da localização de uma ninhada de jacaré. Com autorização de autoridades ambientais, os ovos foram removidos para um centro biológico de Ilha Solteira. Prefeitura anunciou estudo para limitar população de bichos nas lagoas.
Mortes entristeceram três-lagoenses
Diversas mortes ocorridas durante este ano entristeceram três-lagoenses. Uma delas foi a do pastor da Igreja Peniel de Três Lagoas, Marcos Rogério Martins de Araújo. Ele morreu no fim da noite do dia 19 de março, em um acidente na rodovia BR-262, no trecho entre Três Lagoas e Água Clara. Querido e admirado, pastor Marcos recebeu homenagens e é lembrado pelo trabalho desenvolvido em sua igreja e na cidade.
Stephany Gomes, de 19 anos, morreu afogada no rio Paraná, em fevereiro. Ela passava um final de semana com a família e caiu de um barco, sem colete salva-vidas nem saber nadar. No mês anterior, morreram Marcelo da Silva Martinez e Walter Morínigo Cabanha, ambos de 19 anos, quando nadavam no rio Sucuriú.
Em abril, uma criança de um ano e três meses de idade morreu após sofrer uma infecção generalizada em uma das pernas, provocada por uma bactéria. Lívia Martinelli foi tratada em um hospital particular em Três Lagoas e não resistiu.
Vivian Teixeira Bogamil, de 27 anos, morreu em junho, por complicações depois de uma cirurgia.
O ex-presidente da Câmara de Três Lagoas, Lázaro Ferreira Dutra, o Lazinho, morreu vítima de um infarto, em novembro.
Em julho, morreu aos 65 anos, o delegado aposentado Ezequiel Alves da Silva, quando era operado do coração em um hospital de Campo Grande. Em agosto morreu Rubens de Melo, ex-presidente da Associação Comercial de Três Lagoas.
Richard Penhalver, de 18 anos, foi assassinado com um tiro após reagir a uma tentativa de assalto, quando saía de uma boate com a mãe. Dois envolvidos no crime foram presos.
Christopher Montalvão, de apenas dois anos, caiu em uma piscina, quando brincava sozinho, na casa da avó. Foi socorrido, mas não resistiu. Também em outubro morreram Marcus Vinícius de Oliveira, de 16 anos, e Otávio de Freitas Martins, 21, afogados no rio Paranaíba.
No dia de Natal morreu de infarto o mergulhador profissional Marcos Teixeira, de 43 anos. Nesta semana morreram André Nóbrega Sãovesso, de 33, e Júlio César Chaves Sarati, de 35, afogados durante um passeio no rio Sucuriú.
Violência segue desafiando a polícia
A Polícia Militar fez um balanço da operação de seu sistema de monitoramento de ruas por câmeras. O número de furtos praticados na cidade caiu 25%. Mas, a violência não deu trégua. Em 2016 não apenas o número de furtos e assaltos voltou a crescer, em comparação a 2015, mas também o de homicídios, que deu um salto de 13 para 21. Abril, com três mortes violentas, e dezembro, com cinco, foram os meses com maior número de mortes por homicídio.
Em maio, João Manoel da Silva confessou à Polícia Militar o assassinato de Domingos Pereira da Silva, morto a machadas no quintal da casa onde morava com o assassino.
Em junho, policiais militares encontraram três corpos carbonizados, dentro de um carro, em uma área rural de Três Lagoas. Até hoje a polícia investiga se as vítimas eram da Colômbia e tinham ligações com o trafico de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai.
No início de dezembro, Rodrigo Esteves, de 31 anos, foi morto a tiros na porta da casa onde morava, na frente da mulher e da mãe. O assassino Luiz Conceição da Silva se apresentou à polícia quatro dias após o crime e vai responder a inquérito por homicídio. O assassinato teve como motivo uma briga entre a mulher da vítima e a do criminoso.
Somente neste ano, seis mulheres foram assassinadas por seus companheiros. Um crime de feminicídio que chocou a cidade foi a morte da cozinheira Wilma de Souza Xavier, de 50 anos, assassinada a facadas dentro de casa pelo homem com quem morava há menos de um ano, no bairro Santa Terezinha. José Elivalto Bento Santos está foragido desde a data do crime.
O trânsito continuou perigoso, em Três Lagoas, neste ano. Doze pessoas morreram em atropelamentos e batidas, principalmente de motos. O comerciante Davi Ezequiel Barreto, de 52 anos, morreu atropelado por um motoqueiro bêbado e sem carteira de motorista, dia 5 de dezembro. O motoqueiro foi preso. José Carlos Cardoso da Silva e Edvardo Marques Cardoso morreram na noite de 19 de junho, na avenida Ponta Porã, zona Leste da cidade. Eles voltavam do trabalho para casa, de moto, e bateram de frente.
A exigência de veículos trafegarem com faróis acesos durante o dia por rodovias em todo o país gerou controvérsias entre membros da Justiça e entre motoristas. A avenida Ranulpho Marques Leal é um trecho da rodovia BR-262.
O tráfico de drogas continuou desafiando as autoridades. Diversos carregamentos de maconha, cocaína e crack foram apreendidos por policiais em Três Lagoas e em cidades vizinhas. Todas as drogas foram incineradas.
A justiça com as próprias mãos. Três casos de bandidos detidos, agredidos e amarrados por moradores até a chegada da polícia mostraram que a população está cansada da violência.