O Hospital Auxiliadora terá que devolver aos cofres públicos municipais R$ 66.725,72, com acréscimo de juros de mora, em razão de internações indevidas ou fictícias. A determinação é do Tribunal de Contas da União (TCU), que realizou auditoria nos serviços de saúde de Três Lagoas referente ao exercício de 2009. A devolução, segundo o órgão federal, deverá ser feita por meio de glosa nos próximos pagamentos ou por meio de cobrança ao prestador de serviço de saúde que deu causa a esses pagamentos indevidos.
Outra irregularidade apontada pelo TCU, em relação ao hospital, refere-se à realização de pagamentos de Autorização para Internamento Hospitalar (AIHs) sem a ocorrência das respectivas internações.Conforme relatório apresentado pela auditoria, o hospital teria recebido como se os pacientes tivessem ficado internados, quando na realidade eles ficaram apenas em observação, ou seja, receberam alta no mesmo dia em que entraram na unidade.
Durante auditoria realizada foi constatada também desatualização dos dados cadastrais dos equipamentos existentes no hospital no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES). No cadastro, consta que o setor de hemodiálise do Auxiliadora conta com oito equipamentos, mas, durante fiscalização, foram encontrados nove.
No levantamento realizado, verificou-se ainda o pagamento de 13 diárias de internação em UTI infantil, sem que o hospital possua leitos dessa especialidade. A direção do Auxiliadora alegou que, quando necessário, ocorre internação de pacientes menores de 21 anos na UTI de adultos, uma vez que o município não possui uma unidade específica para essa faixa etária.
Procurada pelo Jornal do Povo, a direção do Hospital Auxiliadora disse que não poderia se pronunciar sobre o assunto.