Assim como ocorreu em Campo Grande nesta segunda-feira (20), em Três Lagoas, também será realizada audiência pública sobre o “Enfrentamento e Combate ao Crack”. A data para a realização do evento ainda não foi definida, mas acontecerá na Câmara Municipal.
A realização de audiências públicas nos municípios foi proposta do deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB), autor da lei 4.032, de 26 de maio de 2011, que institui a Semana de Enfrentamento e Combate ao Crack, que será celebrada anualmente, sempre na terceira semana de junho.
O deputado afirmou que é preciso um esforço conjunto e forte no sentido de combater o crack, considerado por muitos o “mal do século”. Segundo ele, a discussão vai trazer à tona um problema que vem preocupando a família brasileira e que diariamente tem destruído lares e jovens.
Para o vereador Fernando Milan (PMDB), que participou do evento, a audiência pública realizada em Campo Grande foi excelente. Ele, assim como outros vereadores defendeu a realização da discusão sobre o enfrentamento e combate ao crak em todo o Estado. “Todas as famílias de diferentes níveis sociais enfrentam problemas com as drogas. Precisamos acabar com esse mal”, ressaltou.
O vereador Antonio Empeke Junior, o Tonhão (PPS) reforçou as palavras de Milan e disse que espera que a audiência possa ser realizada em Três Lagoas. “Quem tem pessoas na família que usa drogas sabe do que estamos falando. Precisamos trabalhar na prevenção e na doença e não na repressão”, opinou.
Segundo o vereador Jorge Martinho (PMDB), as drogas, em especial o crack é um problema de saúde pública. Para ele, os municípios têm obrigação de ajudar neste enfrentamento. Na opinião de Martinho, é preciso ser implantado em Três Lagoas um centro de recuperação para dependentes químicos.
CARTA
Após a realização da audiência pública em Campo Grande que teve quase cinco horas de debate, a vice-governadora Simone Tebet (PMDB), que participou do evento, sugeriu que fosse enviada uma carta aberta à presidente Dilma Rousseff (PT) solicitando que sejam editadas medidas provisórias como parte de uma política nacional de combate e enfretamento ao crack.
“As medidas provisórias são expedidas em casos de urgência ou de interesse público. E entendemos que estamos diante de um grave problema nacional, a epidemia do crack”, destacou a vice-governadora.
O documento sugere acabar com a redução de pena para o crime de tráfico de entorpecentes; a implantação da Polícia Especializada de Fronteiras; a criação de dispositivo para utilizar bens dos traficantes para combater o próprio tráfico, liberação de recursos financeiros para comunidades terapêuticas e investimentos em prevenção dentro das escolas públicas.
Além das audiências públicas nos municípios, o deputado estadual Eduardo Rocha também sugeriu que os agentes de saúde estejam envolvidos no enfrentamento da droga. “Os agentes de saúde estão em todos os municípios, tendo contato direto com as famílias. Portanto, é um excelente instrumento nesta luta de enfrentamento e combate”, defendeu.
Por sua vez, a secretária estadual de Trabalho e Assistência Social, Tânia Mara Garib, disse que o Estado irá preparar as entidades que tratam de dependentes químicos no sentido de organizá-las para que tenham acesso a recursos públicos.