O pronunciamento da vereadora Marisa Andrade Rocha (PSB), que usou nesta terça-feiraontem (17) a Tribuna da Câmara para comentar sobre denúncias que tem recebido sobre o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, levou os vereadores Jorge Augusto Martinho (PMDB) e Antônio Luiz Teixeira (“Tonhão”) Empke Júnior (PPS) a propor, juntamente com a vereadora, a realização de uma Audiência Pública para discutir essa questão.
No Grande Expediente da sessão ordinária, a vereadora Marisa anunciou que encaminhou ao Ministério da Saúde uma série de denúncias de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), com os respectivos nomes e endereços dessas pessoas, que passaram “por situações vexatórias”, quando atendidas pelo Hospital. No mesmo pronunciamento, a vereadora informou também que enviou ao Ministério da Saúde cópia da denúncia do médico Paulo Veron da Mota, membro do Corpo Clínico do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, onde ele relata a “situação crítica e caótica” em que se encontra o centro cirúrgico do Hospital. Entre as denúncias dos usuários do SUS, a vereadora Marisa citou o exemplo de um paciente, internado na UTI, que esperou dois dias para ser medicado de uma infecção no ouvido. O remédio, que demorou todo esse tempo para ser comprado pela administração do Hospital, “custa menos de R$ 10”, lembrou a vereadora.
Segundo ela, conforme denúncias que lhe foram apresentadas por pacientes, “até comida azeda” foi servida aos doentes, internados no Auxiliadora.
Marisa Rocha explicou que decidiu encaminhar as denúncias, com os nomes e endereços dos pacientes, diretamente ao Ministério da Saúde, “porque estou cansada de dar murro em ponta de ferro frio”. Segundo ela, “os próprios médicos, membros do Corpo Clínico do Hospital, têm medo de denunciar as irregularidades”, disse a vereadora.
GESTÃO PLENA
Em aparte ao pronunciamento da vereadora. Jorge Martinho lembrou que mais de 70% dos recursos do SUS são direcionados para o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Como ex-secretário de Saúde, o vereador também explicou que Três Lagoas possui “Gestão Plena dos recursos do SUS”. Isso quer dizer que o Município tem “plena autonomia e liberdade para gerenciar os recursos do SUS”, explicou.
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Segundo o vereador, a responsabilidade do gerenciamento dos recursos do SUS é da prefeita Márcia Moura de Paula e da secretária de Saúde, Elenir Neves de Carvalho.
“É uma questão crônica, que vem de longe, e que precisa ter um fim”, observou o vereador Tonhão.
Os três vereadores defendem a realização de uma Audiência Pública para discutir a situação em que se encontra o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Para essa Audiência, serão convocados a prefeita e a secretária de Saúde, usuários do SUS, Conselho Municipal de Saúde, médicos do Corpo Clínico e a administração do Hospital Auxiliadora.
A proposta deverá ser ainda protocolada, através de Requerimento a ser encaminhado à Mesa Diretora, que avaliará o pedido e irá se encarregar da convocação da Audiência Pública.
