A partir desta terça-feira (17), o Aeroporto Internacional de Campo Grande entra oficialmente em fase de obras. Com investimento previsto de R$ 600 milhões nos aeroportos da capital, de Corumbá e de Ponta Porã, o terminal campo-grandense será o primeiro do estado a contar com fingers – estruturas que permitem o embarque direto dos passageiros às aeronaves, sem exposição ao clima.
Com as obras, o terminal da capital sul-mato-grossense passará a ter três pontes de embarque, novo pavimento, sala de embarque com sete portões e 1.830 m², além de check-in com 20 posições.
A capacidade anual será elevada para 2,6 milhões de passageiros — 85% maior que a atual. O projeto também prevê a ampliação do terminal de passageiros, de 10 mil para 12 mil m², e um pátio com 11 posições para aeronaves comerciais, além da preparação para voos internacionais.
As obras fazem parte da fase 1B da concessão operada pela Aena Brasil e devem ser concluídas até junho de 2026. A execução está sob responsabilidade das construtoras Construcap e Copasa.
“Estamos construindo aeroportos mais modernos, acessíveis e preparados para o futuro. Essa transformação reforça o compromisso da Aena com a qualidade dos serviços e o desenvolvimento das regiões onde atua”, afirmou o diretor-presidente da Aena Brasil, Santiago Yus, .
Apesar do evento solene, a cobrança por melhorias concretas no curto prazo não passou despercebida. A senadora Soraya Thronicke (Podemos) aproveitou o microfone para pedir agilidade na instalação de uma estrutura provisória que ofereça mais conforto enquanto os fingers não ficam prontos.
“Acho que nós somos a única capital do Brasil que não tem um finger. […] Aquela rampa já nos ajudaria, Santiago, se você pudesse adiantar os trabalhos. […] Já que é pra pedir, eu vou pedir, não é? Tem que pedir. Nós merecemos”, afirmou a senadora.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) destacou a relevância do aeroporto de Campo Grande para o projeto de integração logística de Mato Grosso do Sul, com rodovias, ferrovias e hidrovias, e o papel da aviação como vetor de desenvolvimento.
Segundo ele, o estado está investindo R$ 250 milhões em aeródromos regionais para fortalecer a malha aérea.
“A aviação é turismo, é negócio, ela envolve e puxa o desenvolvimento. […] Hoje aqui nós estamos vivendo essa estratégia de uma parceria de pensamento e de liderar um crescimento no Estado”, afirmou o governador, destacando que o PIB estadual deve crescer mais de 4,5% este ano.
Já o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, classificou os investimentos como “o maior volume da aviação brasileira” atualmente e afirmou que o Aeroporto de Campo Grande será “às alturas do que a cidade precisa”.
“Investimentos na ordem de quase 630 milhões de reais vão mudar definitivamente a aviação aqui do Estado. […] Campo Grande está se transformando num grande hub do turismo de negócios do Brasil”, disse o ministro.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também participou da cerimônia e ressaltou que os investimentos se concretizam graças à união entre as forças políticas e a confiança da iniciativa privada.
“Não há investimento público suficiente no Brasil para resolver os maiores gargalos. O que faz o país dar certo é a junção do investimento público com o privado. […] E esse investimento privado depende de acreditar que essa é a terra das oportunidades”, afirmou.
O diretor-presidente substituto da ANAC, Roberto Honorato, acrescentou que a modernização da estrutura vai gerar impacto direto na experiência dos passageiros, com acessibilidade e conforto.
“Estamos falando de investimentos relevantes, praticamente 300 milhões aqui em Campo Grande. […] Aqui vamos vivenciar um aumento de 60% na capacidade do aeroporto, isso é bastante relevante”, destacou.
Além de Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá também terão seus aeroportos modernizados. Em Ponta Porã, o terminal de passageiros será triplicado, passando de 800 m² para 2.600 m², com capacidade para 100 mil embarques por ano.
Já em Corumbá, o espaço será ampliado de 1.950 m² para 2.850 m², também com previsão de 100 mil passageiros por ano. Ambos contarão com salas de embarque reformuladas, novas posições de check-in, áreas de escape nas pistas e pátios modernizados.