
O mercado de boi gordo chega a dezembro com um quadro de oferta enxuta e disputa mais acirrada entre frigoríficos. A oferta de boi gordo é um dos principais fatores que influenciam esse cenário. De um lado, as grandes indústrias contrataram boa parte dos animais de confinamento por meio de contratos a termo. Portanto, têm menos necessidade de comprar no mercado físico. De outro, pequenas e médias plantas dependem quase totalmente das negociações diárias. Elas acabam entrando em competição direta por cada lote disponível.
Fatores da demanda interna
Esse descompasso ocorre em um momento de demanda interna aquecida e exportações firmes. Especialmente com expectativa de maior embarque de carne bovina para os Estados Unidos nos meses de janeiro e fevereiro. Assim, o equilíbrio entre volume ofertado e necessidade de compra fica mais delicado. Portanto, a oferta de boi gordo torna-se crucial. Isso abre espaço para novas altas nas referências de preço.
Outro fator relevante é a composição do abate ao longo dos últimos anos. A participação das fêmeas no gancho foi elevada em períodos recentes, o que reduz, agora, a disponibilidade de vacas e novilhas terminadas. Neste fim de ano, a participação das fêmeas cai e a oferta de machos prontos para abate também não é abundante. O resultado é um cenário em que há menos gado de corte disponível justamente na virada da safra e, consequentemente, menor oferta de boi gordo.
No comentário levado ao ar, foi destacada a possibilidade de um “apagão” de oferta em algumas praças, principalmente no Norte do país e em áreas específicas do Centro-Oeste. A oferta de boi gordo pode influenciar essa tendência que é dos estados com grande capacidade frigorífica, como São Paulo, intensifiquem compras em outras regiões.
Isso pressiona ainda mais a disputa por lotes. Mato Grosso do Sul, segundo a análise, deve entrar nesse movimento à medida que ampliar sua própria capacidade de exportação.
Cenário Atual do Mercado de Boi Gordo
Mesmo com esse quadro de sustentação, as cotações registraram ajustes na última terça-feira. Com base em dados da Scot Consultoria, para pagamentos a prazo em 30 dias, sem descontos de Funrural e Senar, os preços giraram em torno de R$ 315,00 por arroba em Três Lagoas. Além disso, foram de R$ 316,00 por arroba em Campo Grande e Dourados. A leitura é de que oscilações pontuais fazem parte do mercado. Porém, o pano de fundo segue de firmeza.
Com pouca boiada sobrando, menos fêmeas disponíveis, e a demanda internacional em alta, o produtor entra no fim de ano atento à possibilidade de novas valorizações do boi gordo. Ao mesmo tempo, ele monitora o custo de reposição e a relação de troca com o bezerro.
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