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ENTREVISTA

CNH em debate: autoescolas de MS contestam mudanças propostas pelo governo

Setor defende formação profissionalizada como essencial para segurança no trânsito e critica incertezas sobre o futuro das habilitações

Governo federal estuda a possibilidade de suspender a obrigatoriedade de frequentar as autoescolas como critério para a emissão de CNH - Foto: Reprodução/ Detran-AL
Governo federal estuda a possibilidade de suspender a obrigatoriedade de frequentar as autoescolas como critério para a emissão de CNH - Foto: Reprodução/ Detran-AL

O debate sobre a possível flexibilização da obrigatoriedade das autoescolas para a formação de condutores tem gerado preocupação em Mato Grosso do Sul. Representantes do setor afirmam que a medida, cogitada pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), pode comprometer a qualidade do ensino e aumentar os riscos no trânsito.

Henrique Fernandes, presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores (Sindcfc/MS), ressalta que a autoescola é peça fundamental no processo de educação para motoristas iniciantes.

“Nós não estamos vendendo uma carteira de motorista, nós estamos formando pessoas para trafegar em via pública com segurança. Se houver essa flexibilização, a sociedade inteira será impactada negativamente” – presidente do Sindcfc/MS, Henrique Fernandes.

Outro ponto em discussão é o custo da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O sindicato reconhece que o valor pode ser considerado alto por parte da população, mas argumenta que ele corresponde a um investimento de longo prazo. “A CNH tem validade de dez anos. Se você dividir o valor pelo período, verá que o custo não é tão pesado diante da importância do documento”, explicou Henrique.

Dionnes Jorge, empresário do setor e proprietário do Grupo Jotta de Autoescolas, destacou a preocupação dos profissionais com a desinformação que tem circulado. “Muitos alunos chegam achando que não precisarão mais passar pela autoescola. Isso prejudica o setor e coloca em risco o futuro do trânsito, porque a formação não pode ser tratada como algo opcional”, disse.

A categoria defende que modernizações sejam feitas, como a inclusão de veículos automáticos e elétricos no processo de ensino, mas reforça que qualquer mudança precisa priorizar a segurança. “A formação de condutores deve acompanhar as transformações da mobilidade, mas nunca pode abrir mão da qualidade. O trânsito brasileiro já é caótico, e reduzir a preparação só vai piorar esse cenário”, concluiu Dionnes.

Enquanto as propostas não avançam oficialmente, sindicatos e empresários do setor seguem mobilizados para participar das discussões e garantir que a segurança e a educação no trânsito permaneçam como prioridade.

Confira a entrevista completa durante a Tarde da Massa desta quarta-feira (10):