Silencioso e comum, o colesterol elevado é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares que, juntas, causam cerca de 400 mil mortes por ano no Brasil.
Segundo estimativas recentes, 40% dos adultos e 20% das crianças e adolescentes apresentam níveis de colesterol total acima do ideal. Nesta sexta-feira (8), o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol chama atenção para o problema.
A condição, muitas vezes, evolui sem sintomas. O excesso de colesterol favorece o acúmulo de placas de gordura nas artérias, o que reduz a circulação do sangue e pode comprometer o funcionamento de órgãos vitais. Em muitos casos, o diagnóstico só ocorre após um evento grave, como infarto ou AVC.
Uma pesquisa realizada pela organização Global Heart Hub revelou que mais da metade dos brasileiros com colesterol alto só buscou atendimento após sentir sintomas. Para o cardiologista Leonardo Severino, o acompanhamento médico regular é fundamental, mesmo para quem se considera saudável.
“Embora a pessoa esteja saudável, ela pode ter múltiplos fatores de risco. Histórico familiar, por exemplo, pode exigir exames semestrais ou até mais frequentes. Cabe ao médico avaliar o perfil de cada paciente”, explica o especialista.
Como é feito o diagnóstico
O exame de sangue conhecido como perfil lipídico mede os níveis de colesterol total, LDL (colesterol “ruim”), HDL (o “bom”) e triglicerídeos. Em alguns casos, é necessário jejum de 8 a 12 horas para garantir resultados mais precisos, mas essa exigência tem sido flexibilizada em muitos laboratórios.
“Pacientes de alto risco cardiovascular devem manter o LDL abaixo de 50. Já os de risco moderado podem ter metas abaixo de 100 ou até 130. O HDL também é relevante e, idealmente, deve ficar acima de 50 para quem tem risco elevado”, afirma Severino.
Tratamento exige mudança de rotina
A base do tratamento é a mudança no estilo de vida. Alimentação balanceada, prática de atividade física e controle do peso são medidas prioritárias. Quando necessário, o uso de medicamentos também é indicado, mas a adesão nem sempre é fácil.
“De nada adianta tratar com remédio se o paciente não estiver comprometido com a dieta, com o exercício e com o controle do peso. A disciplina e o entendimento da gravidade do problema são essenciais”, afirma.
Severino ainda alerta para o risco da desinformação nas redes sociais, especialmente no que diz respeito aos medicamentos indicados para o controle do colesterol.
“Muitas publicações colocam em dúvida a eficácia dos remédios, mas isso não é verdade. As evidências científicas são claras. Interromper o tratamento por conta própria é perigoso”, conclui.
*Com informações da Sabin