Uma manifestação organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) interditou completamente a BR-163, em Campo Grande, na altura do km 466, nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (30).
Pneus foram queimados e veículos estão parados nos dois sentidos da rodovia, causando congestionamento e sem previsão de liberação do tráfego.
A ação faz parte de uma mobilização maior do chamado campo unitário agrário, que reúne diversas organizações ligadas à luta pela reforma agrária. Segundo o MST, o bloqueio é uma forma de pressionar o governo federal para que representantes de alto escalão compareçam ao estado.
“Nossa reivindicação é a vinda do ministro do Desenvolvimento Agrário (Paulo Teixeira) e também do presidente do Incra nacional (César Fernando Schiavon). Queremos essa agenda agora, não daqui 20 dias”, afirmou um dos coordenadores do movimento em Mato Grosso do Sul, Claudinei Barbosa.
De acordo com Claudinei, há três dias integrantes do movimento ocupam a sede do Incra em Campo Grande. Ele afirma que mais de 12 mil famílias estão acampadas no estado, aguardando por avanços na política de assentamentos.
“Aqui não é só o MST, é o campo unitário agrário que está fazendo a luta pela terra”, disse.
Apesar do bloqueio total da BR-163, o movimento informa que veículos de transporte escolar, ambulâncias e profissionais da saúde estão sendo liberados para passagem. “Nós não vamos impedir ninguém desses setores, mas os demais veículos não estão sendo liberados”, explicou o coordenador.
Até o momento da publicação, segundo o MST, o governo federal ainda não havia se comprometido com a agenda exigida. “A resposta que nos dão é que não podem vir agora porque têm muita coisa pra fazer. Mas aqui no Mato Grosso do Sul as coisas não se resolvem sozinhas, e nós não podemos mais esperar pela boa vontade”, concluiu Claudinei.
A Polícia Rodoviária Federal acompanha a situação e ainda não divulgou informações sobre negociações para a liberação da via. Não há previsão de quando o tráfego será normalizado.