
A sessão do Conselho de Ética da Câmara, marcada para ouvir testemunhas e deputados investigados em três representações que envolvem Marcos Pollon (PL-MS), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC), foi suspensa na manhã desta terça-feira (9), em Brasília. A reunião começou às 9h48, no Anexo II, Plenário 11.
A pauta incluía depoimentos indicados pelo relator Moses Rodrigues (União-CE) e pelas defesas. Entre os nomes chamados por Pollon, apenas o deputado Coronel Meira (PL-PE) confirmou participação.

Estratégia de defesa
Ao Portal RCN67, Pollon afirmou que o colegiado limitou o número de testemunhas aceitas pela defesa — ele diz ter indicado oito, mas obteve autorização para duas. Diante disso, anunciou que recorrerá em outras instâncias.
“Como tivemos as testemunhas rejeitadas, vamos levantar isso oportunamente no outro grau de apreciação, que é na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e também apresentaremos agora outras testemunhas”, declarou o parlamentar. A estratégia, segundo ele, é levar o caso à CCJ e indicar novos depoentes para reforçar sua defesa.
Pollon critica o processo
Pollon afirmou que o processo no Conselho de Ética trata de um ato de obstrução no plenário em que ele defendeu anistia para investigados pelos atos de 8 de janeiro. Ele disse ainda que enfrentará outro julgamento, na semana seguinte, por um discurso com conteúdo semelhante feito em Campo Grande.
O deputado argumentou que teve o número de testemunhas limitado e disse que pretende usar o processo para denunciar o que chama de “abusos” contra investigados pelos ataques às sedes dos Três Poderes. Pollon contestou decisões do ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que há prisões “injustas”, citando o caso de um casal de Mato Grosso do Sul condenado por participação nos atos.
As falas do parlamentar fazem parte de sua defesa. O Conselho de Ética não comentou as declarações.
Próximos passos
Com a suspensão, uma nova data deve ser marcada para retomar as oitivas e seguir com a instrução dos processos. As representações acusam os três deputados de condutas ligadas à ocupação da mesa diretora e a discursos considerados incitadores durante episódios relacionados ao 8 de janeiro.