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SERVIÇOS PÚBLICOS

Dentistas da rede municipal aprovam estado de greve em Campo Grande

Categoria cobra cumprimento de decisão judicial sobre plano de carreiras e reclama de falta de insumos nas unidades de saúde

Assembleia extraordinária foi realizada neste sábado - Foto: Divulgação/Sioms
Assembleia extraordinária foi realizada neste sábado - Foto: Divulgação/Sioms

Os cirurgiões-dentistas que atuam na rede pública de Campo Grande aprovaram, por unanimidade, estado de greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada neste sábado (15), durante assembleia extraordinária realizada na sede da Associação Brasileira de Odontologia (ABO/MS), e ocorre em meio a denúncias de descumprimento de decisão judicial e precariedade nas condições de trabalho.

Decisão judicial não cumprida

Segundo o Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (Sioms), a Prefeitura não publicou, dentro do prazo, o reposicionamento do plano de cargos e carreira determinado pela Justiça.

O presidente da entidade, David Chadid, afirmou aos profissionais que o sindicato está seguindo todos os procedimentos legais. “Estamos tomando todo o cuidado para fazermos tudo de maneira legal, seguindo todos os passos que a lei de greve determina para defender efetivamente os nossos direitos enquanto profissionais.”

Ele também destacou o motivo central da mobilização. “O prazo encerrou e a gestão não cumpriu a ordem judicial, referendada até pelo STJ, ou seja, um flagrante desrespeito aos profissionais e à própria Justiça.”

Relatos de falta de insumos e estrutura

Durante a assembleia, profissionais relataram problemas nas unidades básicas de saúde, como compressores quebrados e falta de materiais básicos — inclusive luvas e rolinhos de algodão. Mesmo assim, afirmaram que continuam atendendo a população dentro do possível.

Greve pode afetar atendimentos

Após as manifestações, os itens da pauta foram colocados em votação. O estado de greve foi aprovado por unanimidade, enquanto outros pontos seguirão para discussão em assembleias futuras.

Segundo Chadid, a categoria acumula pendências há anos. “São três anos sem atualização salarial, a gestão não cumpriu a decisão sobre a regulamentação do auxílio alimentação, mas o estopim de tudo é o descumprimento da decisão judicial sobre reposicionamento de plano de cargos e carreira.”

Ele também alertou sobre possíveis impactos nos serviços públicos caso o impasse continue: “É importante informar à população que, caso a gestão não cumpra com suas obrigações, em breve os cirurgiões-dentistas servidores públicos do Município de Campo Grande serão obrigados a paralisar parcialmente os atendimentos odontológicos nas unidades de saúde.”

Próximos passos

A assembleia permanece aberta para cumprimento dos ritos legais. O sindicato deverá comunicar o estado de greve ao município, aos órgãos competentes e à população, como determina a legislação.

*Com informações do Sioms