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Multiculturalismo

Diversidade no mercado de trabalho ainda exige adequação e respeito

Com perfis diferentes cada vez mais presentes nas empresas, gestores e colaboradores precisam mudar "mindset"

"Gabi" como é chamada pelos amigos, não esconde que é mulher trans e faz questão de mostrar representatividade no trabalho - Foto: Eduardo Suede
"Gabi" como é chamada pelos amigos, não esconde que é mulher trans e faz questão de mostrar representatividade no trabalho - Foto: Eduardo Suede

Ainda não há dados oficiais disponíveis em Campo Grande, mas o mercado de trabalho tem destinado vagas para pessoas dos grupos LGBTQIAP+, segundo representantes desse movimento. É o caso da vendedora Gabriela Benites de 20 anos. “Gabi” como é chamada pelos amigos, não esconde que é mulher trans e faz questão de mostrar a importância da oportunidade recebida em uma loja de cosméticos. Mas lembra que essa inserção precisa ser mais humanizada.

“Tem lugar que apoia a causa, levanta a bandeira e tudo mais, só que na hora de contratar, não se preocupa com as necessidades do colaborador. Não é só dizer que aceita, mas tem se adequar, mostrar para os outros funcionários que somos todos iguais”, relata. Para o professor de Gestão de Pessoas da Fundação Dom Cabral, João Roberto de Paula Domingues, a diversidade precisa estar alinhada aos valores da empresa. 

“Temos encontrado empresas, onde estão surgindo conflitos entre funcionários, porque não houve essa preparação e porque não passou a fazer parte da cultura e convivência dentro da organização.  Temos que preparar tudo, banheiro, sala, instalações e adaptar o local, no caso de uma pessoa com deficiência, além de trabalhar os outros colaboradores”, explica. 

Quando falamos somente sobre pessoas com deficiência, que têm a inclusão prevista em lei, há levantamentos oficiais. Dados da Fundação Social do Trabalho (Funsat) da capital mostram que 276 pessoas com deficiência foram encaminhadas ao mercado formal entre janeiro e fevereiro deste ano. O número é 71% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. r

Auxiliar de estoque em uma loja de departamento, Kátia Mota de 45 anos tem nanismo e diz que apesar de ouvir comentários maldosos de algumas pessoas, sobre a baixa estatura, não se abala facilmente. "Creio que tenho potencial mais que outras pessoas, os grandes não fazem o que os pequenos fazem. Porque você é pequeno, não vai dar conta", destaca. 

Vítima de uma infecção bacteriana quando era criança, o vendedor Abeniz Romeiro tira de letra a estranheza daqueles que não "botam fé" no sua capacidade. "Já conteceu de carregar uma caixa, uma barra de ferro e alguém dizer que eu não daria conta, mas depois que vê o que a gente faz, não falam mais", explica. Assista a reportagem completa: