
Mato Grosso do Sul manteve trajetória de crescimento nas exportações e ampliou o saldo da balança comercial entre janeiro e outubro de 2025. De acordo com o Boletim de Comércio Exterior da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), no período, o estado alcançou US$ 9,08 bilhões em vendas externas, alta de 4,24% em relação ao mesmo intervalo de 2024. As importações somaram US$ 2,17 bilhões, queda de 8,43%, o que garantiu superávit de US$ 6,91 bilhões, 8,98% superior ao do ano anterior.
O resultado foi impulsionado pela expansão da indústria de transformação e pela recuperação da mineração, que vem ganhando força nos últimos anos. Segundo o boletim, a indústria extrativa apresentou crescimento expressivo de 57,5% no valor exportado e de 141% em volume, enquanto a indústria de transformação teve avanço de 13,3% e 23,4%, respectivamente.
A celulose segue como carro-chefe da pauta exportadora, representando 29,34% do total. Entre janeiro e outubro, foram embarcadas 5,8 milhões de toneladas, movimento que consolida a liderança de Mato Grosso do Sul na produção e exportação do produto. A operação plena da planta da Suzano em Ribas do Rio Pardo e a expansão do polo de Três Lagoas reforçaram o desempenho do setor.
A soja aparece em segundo lugar, com 24,51% das vendas externas, seguida da carne bovina, que respondeu por 16,36% e teve aumento de 46,6% no volume exportado em relação ao ano passado. O minério de ferro também registrou avanço expressivo, com crescimento de 61,2% e volume recorde de 7,79 milhões de toneladas exportadas pelo rio Paraguai, o que eviencia a relevância logística de Corumbá e Porto Murtinho.
Em contrapartida, a agropecuária mostrou retração de -16,61% no preço e -4,32% no volume das exportações. Mesmo assim, o setor continua com peso relevante na balança estadual, especialmente com soja, milho e carnes.
Destinos e parceiros comerciais
Entre os destinos das exportações, a China manteve a liderança com 45,61% de participação, seguida pelos Estados Unidos (4,93%) e Itália (3,98%). Os Estados Unidos são o segundo maior destino, com 4,93%, mas o México ganha importância, servindo como um mercado de reposicionamento estratégico, especialmente para a carne bovina, frente aos desafios tarifários.
No lado das importações, o gás natural segue como item de maior peso, representando 30,5% do total, embora com redução de 31% em relação ao ano anterior. As importações de maquinaria de papel e celulose e caldeiras de geradores de vapor apresentam aumentos significativos de 18302,24% e 10278,30% em valor, refletindo investimentos no setor de celulose.
Destaque para municípios e portos
Os municípios de Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Campo Grande seguem no topo do ranking exportador estadual. Juntas, as três cidades respondem por mais de 40% do total vendido ao exterior.
Nos portos, Santos lidera com 39,02% das exportações sul-mato-grossenses, seguido por Paranaguá (32,7%), São Francisco do Sul (12,09%) e Corumbá (5,15%). O movimento fluvial, antes restrito a grãos e minério, vem se consolidando como alternativa logística, especialmente após os investimentos em infraestrutura de embarque em Porto Murtinho, onde o escoamento de soja já ultrapassa 375 mil toneladas neste ano.
Crescimento Sustentável do Comércio Exterior
A combinação entre alta na indústria de base, diversificação da pauta e novos destinos comerciais sustenta o crescimento do comércio exterior de Mato Grosso do Sul em 2025. O desempenho reforça o papel do Estado como exportador de commodities e insumos industriais, com potencial crescente de integração logística e tecnológica em suas cadeias produtivas