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AGRO É MASSA

Falta de leite em MS reacende aposta em genética e sustentabilidade na pecuária

Produção estadual encolheu nos últimos anos

Programa com entrega de vacas Girolando busca reverter redução e fortalecer pequenos produtores (Foto: Reprodução/ Governo de MS)
Programa com entrega de vacas Girolando busca reverter redução e fortalecer pequenos produtores (Foto: Reprodução/ Governo de MS)

A escassez de leite em Mato Grosso do Sul tem acendido um alerta no setor agropecuário e impulsionado novas estratégias para recuperar a produção. Durante a Expogenética 2025, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande, a Associação Girolando MS apresentou ações que prometem fortalecer a cadeia leiteira no Estado — entre elas, a entrega de animais de alta genética a pequenos produtores.

O presidente da Girolando MS, Alessandro Coelho, explicou que o programa, desenvolvido em parceria com o governo estadual, busca “contemplar as duas pontas da cadeia”: quem produz genética de ponta e quem tem potencial para ampliar a produção, mas precisa de incentivo.

“São produtores selecionados a dedo, que já produzem leite, mas têm capacidade de expansão. O Girolando é uma raça que se adapta muito bem ao nosso clima, produz mais mesmo em condições tropicais e garante um leite de qualidade”, destacou Coelho.

Segundo ele, a vaca campeã do último torneio leiteiro nacional produziu 140 litros por dia, demonstrando o potencial genético da raça. No sistema tradicional, a pasto, é possível atingir médias acima de 23 litros diários, com baixo custo de manejo.

Além de produtividade, o modelo aposta em sustentabilidade. O esterco do gado pode ser transformado em biofertilizante, rico em fósforo e nitrogênio, reduzindo gastos com adubos químicos. “Com 400 vacas leiteiras, é possível gerar biogás suficiente para abastecer tratores e caminhões, tornando o sistema quase autossustentável”, explicou o presidente.

O desafio, no entanto, é preencher o déficit de produção. Atualmente, o Estado produz menos leite do que consome, o que obriga as indústrias a buscar matéria-prima em outras regiões. “Hoje o caminhão está rodando com a carroceria batendo. Falta leite em Mato Grosso do Sul”, resumiu Coelho.

Com a entrega das novas matrizes e a ampliação dos rebanhos, a expectativa é que o Estado recupere competitividade e volte a ser referência na produção de leite de qualidade — agora com genética, tecnologia e sustentabilidade no centro da estratégia.

Acompanhe a entrevista completa: