
A atividade pecuária do Pantanal sul-mato-grossense passa a contar com um plano estruturado para fortalecer suas cadeias produtivas. O Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), encomendou um amplo estudo técnico que irá embasar o Plano de Fortalecimento das Cadeias Pecuárias do Pantanal de MS.
O diagnóstico abrange 11 sub-regiões do Pantanal, sendo oito delas em território sul-mato-grossense e detalha os principais desafios, oportunidades e propostas de ação voltadas à bovinocultura de corte e outras atividades pecuárias presentes no bioma, que ocupa cerca de 27% do território estadual e responde por 6,8% do PIB de Mato Grosso do Sul.
A bovinocultura é o principal destaque do levantamento, com um rebanho estimado em mais de 4,2 milhões de cabeças – o que representa 22,7% do efetivo estadual. Em 2024, a comercialização de bezerros e bois movimentou mais de R$ 5 bilhões. Entre as propostas estão a criação de selos de origem, ampliação da habilitação de frigoríficos para exportação, rastreabilidade do couro e pagamento por serviços ambientais (PSA).
Além da bovinocultura, a ovinocultura apresentou queda no número de animais nos últimos anos, mas voltou a crescer em abates e faturamento, com valorização da raça pantaneira. Já a apicultura e meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) se destacam pelo potencial ambiental após o reconhecimento da Indicação Geográfica do Mel do Pantanal, mas ainda enfrentam gargalos estruturais. A piscicultura, por sua vez, é vista como promissora, desde que haja investimento em genética e manejo adequado às condições do bioma.
A cadeia do jacaré-do-Pantanal também integra o plano, com estratégias voltadas à geração de renda por meio do sistema headstarting e incentivo a certificações. A equideocultura ganha reforço com ações de valorização da raça local e estímulo ao registro formal dos animais.
Infraestrutura e Logística
O plano ainda propõe melhorias na logística da região, com investimentos em aterros, portos fluviais e estradas, além da modernização das inspeções sanitárias.
O estudo utilizou dados extraídos do Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), reunindo aspectos sociais, econômicos e ambientais.
O diagnóstico foi solicitado pela SEDES (Secretaria Executiva de Desenvolvimento Econômico Sustentável), foi apresentado nesta quinta-feira (3) à equipe da Semadesc pelo consultor Marcelo Rondon de Barros, um dos responsáveis pela elaboração do relatório ao lado da consultora Janielly Barros.
Segundo o Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a proposta está alinhada ao objetivo do Estado de promover o desenvolvimento sustentável no Pantanal. “Temos agora um plano com inúmeras ações voltadas à região. A ideia é olhar cada sub-região pantaneira com suas especificidades. Os dados nos mostram que 45% dos animais abatidos no Pantanal hoje já estão em programas como o Precoce MS e a Pecuária Sustentável. É um sinal de que estamos no caminho certo: aliar tradição, geração de renda e conservação ambiental”, concluiu.
*Com inforamções e fotos da Semadesc