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ENTREVISTA

Holding rural facilita planejamento sucessório e oferece vantagens tributárias ao produtor

Especialista esclarece como modelo empresarial pode reduzir custos, organizar bens e preparar o agronegócio para mudanças na legislação fiscal

Holding rural é uma empresa criada para administrar os bens do produtor, organizar a tributação e facilitar processos sucessórios - Foto: Reprodução/Freepik
Holding rural é uma empresa criada para administrar os bens do produtor, organizar a tributação e facilitar processos sucessórios - Foto: Reprodução/Freepik

Durante participação no quadro “Explicando Direito”, no programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande, a advogada tributarista Louzianny Moreira, da LP Advogados Associados, destacou a importância da holding rural como uma ferramenta estratégica para o produtor brasileiro.

De acordo com a especialista, a holding rural é uma empresa criada para administrar os bens do produtor, organizar a tributação e facilitar processos sucessórios. “É uma estrutura que traz governança e proteção patrimonial, além de facilitar a transmissão do legado familiar aos herdeiros”, explicou Louzianny.

Estrutura que vai além das grandes empresas

Segundo a advogada, a holding rural permite que conceitos tradicionalmente associados a grandes corporações sejam aplicados também no agronegócio. Entre os benefícios citados estão a organização dos diversos tipos de investimentos, como fazendas, maquinário e imóveis, e a eficiência na gestão patrimonial.

“A gente consegue desenvolver o planejamento sucessório, organizar o patrimônio e garantir que ele seja transmitido de forma estruturada para os herdeiros. Além disso, facilita a administração de bens e pode melhorar a eficiência tributária”, afirmou.

Processo simples, mas que exige planejamento

Embora o termo holding possa parecer complexo e distante da realidade do produtor rural, Louzianny ressaltou que o processo de criação é simples. “O nome é americano e pode intimidar, mas, na prática, é acessível a todos. Com uma boa consultoria, conseguimos avaliar o patrimônio, definir o que será transferido para a pessoa jurídica e iniciar o planejamento sucessório”, explicou.

A advogada também destacou que, dependendo do caso, o produtor pode optar por já transferir as cotas da empresa aos filhos, facilitando a sucessão e evitando conflitos futuros.

Vantagens tributárias ganham peso com a reforma

Outro ponto importante ressaltado por Louzianny é o impacto da estrutura na carga tributária. Segundo ela, a holding rural se apresenta como uma alternativa para mitigar os efeitos das mudanças previstas na reforma tributária, que deve aumentar a carga sobre produtores pessoas físicas.

“Já sabemos que haverá uma oneração com a criação da CBS e do IBS, que substituirão tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS. Antecipar a estruturação da empresa é determinante para que o produtor esteja preparado para esse novo cenário”, destacou.

Além disso, a especialista apontou vantagens na redução do ganho de capital em transações imobiliárias, como na venda de uma fazenda. “Se o produtor tiver uma empresa estruturada, a tributação pode ser bem menor. Isso sem falar na organização do fluxo de caixa e na eficiência na gestão financeira do dia a dia”, explicou.

Organização como fator decisivo

Para Louzianny Moreira, o principal benefício da holding rural é permitir que o produtor organize seu patrimônio de forma segura e planejada, com reflexos positivos tanto na gestão dos bens quanto na redução de custos tributários.

“Com certeza, a estrutura gera economia e mantém o dinheiro no bolso do produtor”, afirmou.

A entrevista foi ao ar nesta quinta-feira (22), no quadro semanal “Explicando Direito”, que busca levar temas jurídicos de interesse prático ao público da Massa FM Campo Grande. Confira a entrevista na íntegra: