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TRÂNSITO

Indicação do principal condutor evita multas para motoristas em MS

Mais de 16 mil registros foram feitos em 2025 e deve alcançar recorde neste ano

Basta selecionar o veículo e informar o CPF do condutor indicado que receberá uma notificação e precisa aceitar - Foto: Rachid Waqued
Basta selecionar o veículo e informar o CPF do condutor indicado que receberá uma notificação e precisa aceitar - Foto: Rachid Waqued

Emprestar o carro com frequência, mas não registrar quem realmente dirige, pode trazer dor de cabeça e prejuízo. Em Mato Grosso do Sul, mais de 16 mil proprietários de veículos já indicaram um principal condutor no primeiro semestre de 2025, superando todo o volume registrado em 2023.

Se o ritmo continuar, o estado poderá fechar o ano com mais de 32 mil indicações, o que representaria um novo recorde.

O procedimento evita que infrações cometidas por terceiros acabem gerando pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do proprietário, o que pode levar até à suspensão do direito de dirigir, dependendo da gravidade e da reincidência da infração.

A prática está prevista na Lei 13.495/2017, conhecida como Lei do Principal Condutor. Ela permite que os pontos de multas por infrações captadas por radar ou por fiscalização eletrônica sejam direcionados ao motorista que, de fato, conduzia o veículo, desde que esteja previamente registrado no sistema da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

Como funciona

A indicação é feita pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT). O proprietário do veículo acessa a aba “Veículos”, seleciona o carro e insere o CPF do condutor. Este, por sua vez, precisa aceitar o vínculo para que a informação seja registrada oficialmente no sistema.

O recurso não vale para situações em que há abordagem direta, como em flagrantes por embriaguez, condução sem habilitação, recusa à identificação ou quando há divergências nos dados cadastrais.

Também não se aplica quando o condutor está com a CNH suspensa ou não habilitado para a categoria do veículo.

Consequências da omissão

Deixar de fazer a indicação pode gerar sérias consequências ao proprietário, como a cassação ou suspensão da CNH sem que ele tenha cometido a infração, dificultando a contestação ou correção da pontuação.

A medida é considerada um ato de responsabilidade e transparência, tanto para quem dirige quanto para quem empresta o veículo. Ela não transfere obrigações legais, como o pagamento de débitos ou licenciamento, mas ajuda a evitar penalidades injustas.

“Esse mecanismo garante que, em caso de infrações captadas por radar ou outros meios eletrônicos, os pontos sejam lançados na CNH do condutor indicado, e não do proprietário do veículo”, explicou o diretor de Habilitação, Luiz Fernando Ferreira dos Santos.

Em 2023, foram 7.873 indicações. Já em 2024, esse número saltou para 21.618 registros, um aumento de quase 175%.

*Com informações do Governo de MS