Uma enfermeira foi agredida na noite de domingo (17), por um paciente psiquiátrico na UPA do Jardim Leblon, em Campo Grande. A profissional foi atingida com um soco no rosto, perdeu a consciência e precisou ser submetida a uma tomografia.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem (Sinte), Ângelo Macedo, a vítima digitava relatórios na enfermaria quando o paciente, diagnosticado com esquizofrenia e usuário de drogas, se levantou do leito e a agrediu. “Ele simplesmente se levantou, foi até a enfermeira e desferiu o soco, deixando-a desacordada. Em seguida, voltou a deitar como se nada tivesse acontecido”, relatou.
A profissional recebeu atendimento na própria unidade e depois foi encaminhada para exames. Segundo o sindicato, o paciente estava internado sem contenção física ou química, mesmo apresentando risco. Para Macedo, o caso expõe a fragilidade na segurança das equipes.
“Não existe protocolo algum. O trabalhador sai de casa para cuidar das pessoas e acaba exposto a esse tipo de violência. É inadmissível”
presidente do Sinte, Ângelo Macedo
O dirigente também destacou que a permanência prolongada de pacientes psiquiátricos nas UPAs e CRSs agrava o problema. “Essas unidades não foram criadas para manter pacientes por dias ou semanas, muito menos psiquiátricos. Querem que funcionem como clínicas especializadas, mas não têm estrutura para isso”, afirmou.
O dirigente informou ainda que o sindicato convocou uma reunião para quinta-feira (21), quando o tema será discutido com gestores e coordenações responsáveis.
“Nós precisamos que a gestão entregue segurança nas nossas unidades. A ausência de protocolos expõe tanto os profissionais quanto outros pacientes que estão no mesmo espaço” – presidente do Sinte, Ângelo Macedo.
A ocorrência foi atendida pela Guarda Civil Metropolitana, e um boletim deve ser registrado na Polícia Civil.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que a profissional recebeu atendimento imediato, foi encaminhada ao Hospital Militar e já se encontra em casa, em recuperação.
A gestão municipal acrescentou que tem adotado medidas para reforçar a segurança dos servidores, como o lançamento do aplicativo Proteja+Saúde, que permitirá o acionamento rápido de viaturas da Guarda Civil Metropolitana em situações de ameaça ou risco.
Além disso, a Coordenadoria de Saúde do Servidor mantém ações de acolhimento psicossocial, prevenção de doenças ocupacionais e promoção da saúde mental, segundo a nota oficial.
Confira a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde informa que a profissional recebeu atendimento imediato, sendo encaminhada ao Hospital Militar e já se encontra em casa, em recuperação. A Prefeitura se solidariza com a trabalhadora e reafirma seu compromisso com a proteção e valorização de todos os servidores, inclusive aqueles que atuam na linha de frente da saúde.
A Prefeitura reforça que tem tomado uma série de medidas para reforçar a segurança dos servidores, inclusive com o lançamento do aplicativo Proteja+Saúde, que permitirá o acionamento rápido de viaturas da Guarda Civil Metropolitana em qualquer situação de ameaça ou risco, garantindo resposta imediata e assim, maior tranquilidade e sensação de segurança aos profissionais.
Paralelamente, a Coordenadoria de Saúde do Servidor da Sesau mantém ações permanentes de acolhimento psicossocial, prevenção de doenças ocupacionais e promoção da saúde mental. Essas iniciativas demonstram que a gestão segue investindo em cuidado, inovação e valorização daqueles que estão na linha de frente da saúde de Campo Grande.
*Matéria atualizada no dia 19 às 08h35 para acréscimo de informações