Campo Grande iniciou nesta semana a realização de um censo inédito para mapear a população em situação de rua. O levantamento tem como meta reunir dados que orientem a criação e a melhoria de políticas públicas voltadas a esse grupo.
A ação é coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, em parceria com a Defensoria Pública, o Governo do Estado e outras instituições.
Na primeira fase, encerrada nesta terça-feira (30), 32 equipes, com 96 profissionais, percorreram simultaneamente as sete regiões da cidade para contabilizar e georreferenciar pessoas que vivem nas ruas.
De acordo com dados do Cadastro Único, cerca de 1,4 mil pessoas vivem em situação de rua em Campo Grande, sendo a maioria homens e 32,8% residindo nas ruas há até seis meses.
A medida atende à Lei municipal 6.517/2020, que prevê a contagem a cada dois anos. Segundo os organizadores, a metodologia utilizou profissionais que já atuam no atendimento direto, como equipes da assistência social e do programa Consultório na Rua.
Para garantir a precisão dos números, também foram incluídos dados de locais de acolhimento, hospitais, unidades de pronto-atendimento, CAPS e o Terminal Rodoviário.
Próximas etapas
As próximas etapas do censo envolvem a aplicação de questionários para detalhar aspectos sociodemográficos, étnicos e sociais da população, além do cruzamento e validação das informações coletadas. A conclusão de todas as fases está prevista para dezembro deste ano.
O levantamento conta ainda com a participação do Ministério Público, IBGE, entidades da sociedade civil e organizações que atuam diretamente com pessoas em situação de rua. A proposta é utilizar a contagem como base para alinhar políticas públicas e estruturar ações que facilitem a saída das ruas ou ofereçam melhores condições para quem permanece nelas.
Atualmente, a principal fonte de dados sobre esse grupo é o Registro Mensal de Atendimento (RMA) da rede socioassistencial, que registra atendimentos em serviços como CRAS e Centro POP. Com o censo, a expectativa é obter informações mais próximas da realidade, cobrindo todas as regiões da Capital.