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COLHEITA FANTASMA

Grupo aplicava fraude tributária com produção agrícola “fantasma”

Empresas de fachada simulavam vendas de grãos para gerar créditos fiscais falsos; prejuízo passa de R$ 100 milhões

Maleta com dólares do Zimbabué apreenda durante operação - Foto: Reprodução/PCMS
Maleta com dólares do Zimbabué apreenda durante operação - Foto: Reprodução/PCMS

Uma organização criminosa especializada em fraudes tributárias simulava a venda de grãos para outros estados por meio da emissão de notas fiscais falsas. A “produção agrícola”, no entanto, nunca existiu de fato.

O grupo utilizava empresas de fachada registradas em nome de laranjas para gerar créditos tributários fraudulentos, que depois eram utilizados ou revendidos no mercado.

De acordo com a investigação, o esquema movimentou mais de R$ 1 bilhão em operações fictícias desde 2020, causando um prejuízo estimado de R$ 100 milhões aos cofres públicos.

Colheita Fantasma

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), deflagrou nesta quarta-feira (30), a Operação “Colheita Fantasma”, com apoio da Receita Federal e da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MS). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Ivinhema, além de um mandado de prisão temporária contra o principal suspeito de coordenar o esquema.

Durante a ação, os agentes apreenderam documentos fiscais, computadores, registros financeiros e contratos sociais. Também foi determinado o bloqueio de aproximadamente R$ 20 milhões em contas bancárias dos investigados.

A Operação integra a 2ª Edição da Operação Renorcrim, uma iniciativa nacional voltada ao enfrentamento das organizações criminosas em todo o país, coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), através da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi).

Inusitado

Um dos itens que chamou a atenção dos investigadores foi uma maleta contendo cédulas de dólares do Zimbábue — moeda que deixou de circular oficialmente no país africano em 2009.

As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos e aprofundar a apuração dos danos causados ao erário.