No último sábado (24), o Brasil celebrou pela primeira vez o Dia Nacional da Conscientização sobre a Esquizofrenia, data oficial reconhecida em lei para ampliar a visibilidade e o entendimento sobre esse transtorno mental que afeta cerca de 1% da população. A iniciativa ressalta a importância do acesso ao tratamento adequado, do combate ao estigma e do acolhimento às pessoas diagnosticadas, desafios enfrentados em todo o país.
A esquizofrenia é uma condição complexa que se manifesta por meio de alucinações, delírios e alterações no comportamento e nas relações sociais. Embora suas causas não sejam totalmente definidas, especialistas apontam fatores genéticos, neuroquímicos e ambientais como responsáveis pelo seu desenvolvimento. O tratamento eficaz exige acompanhamento médico, psicológico e o suporte de uma rede de atenção contínua.
No Mato Grosso do Sul, o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS) atua diretamente no cuidado dessas pessoas, oferecendo atendimento especializado em seu ambulatório de quadros psicóticos. Coordenado por profissionais e residentes, o serviço promove acompanhamento regular, apoio psicológico e, quando necessário, encaminhamentos para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou internação hospitalar, garantindo uma resposta rápida e integrada às necessidades dos pacientes.
Segundo o psiquiatra Kleber Meneghel, do Humap-UFMS, o estigma ainda é um dos maiores obstáculos para o tratamento, já que muitas pessoas associam equivocadamente a esquizofrenia à violência ou incapacidade. Ele destaca que, com medicações modernas e terapias complementares, como a cognitivo-comportamental, é possível controlar os sintomas e garantir qualidade de vida. O apoio familiar é outro ponto essencial para o sucesso do tratamento, já que o transtorno impacta também o convívio e o bem-estar dos parentes.
O trabalho do Humap é fortalecido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pela gestão de hospitais universitários federais que integram o Sistema Único de Saúde (SUS). Essas instituições unem atendimento qualificado, formação profissional e pesquisa, contribuindo para o avanço no diagnóstico e tratamento da esquizofrenia e promovendo uma rede de cuidado mais humana e eficiente.
*Com informações do Humap-UFMS