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CPI DO TRANSPORTE

Quase 500 denúncias revelam colapso do transporte coletivo de Campo Grande

Relatório mostra superlotação, frota deteriorada, atrasos e falta de acessibilidade como principais reclamações

Ouvidoria da CPI recebeu 485 denúncias - Foto: Arquivo/ RCN67
Ouvidoria da CPI recebeu 485 denúncias - Foto: Arquivo/ RCN67

A Ouvidoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo de Campo Grande recebeu 485 denúncias entre os dias 25 de março e 12 de maio.

Trabalhadores, estudantes, idosos e pessoas com deficiência estão entre os mais afetados pelas falhas estruturais e operacionais do sistema. As regiões Sul, Sudoeste e Norte da cidade concentram o maior número de reclamações.

Ônibus atrasados, lotados e com más condições

Entre os sete principais eixos identificados no relatório, a má conservação da frota foi o mais citado. Os relatos destacam ônibus com goteiras, bancos quebrados, portas defeituosas, elevadores inoperantes, falta de ar-condicionado e risco de acidentes. Passageiros também relatam ruídos excessivos e peças soltas nos veículos.

A superlotação nos horários de pico é recorrente. Passageiros relatam que não conseguem embarcar por falta de espaço. A ausência de veículos extras agrava a situação. Outro ponto é o descumprimento de horários. Há queixas sobre ônibus que atrasam ou não passam, com intervalos prolongados entre as viagens, sobretudo aos fins de semana e feriados.

Outros pontos que o relatório das denúncias levantou foi a desorganização nos terminais e o descaso com grupos vulneráveis. Segundo os relatos, há falta de fiscalização e episódios de desrespeito a idosos e pessoas com deficiência. Além disso, foi apontado falhas em equipamentos de acessibilidade, como rampas e elevadores.

Nos terminais, as principais queixas envolvem infraestrutura precária, banheiros sujos, falta de bancos, alagamentos e desorganização nas filas de embarque. As linhas mais citadas pelos denunciantes foram a 070, 080, 102, 235, 302 e 517.

Mais caro e menos eficiente

O relatório registra críticas à gestão do serviço, considerada ineficiente. A população questiona o valor da tarifa – que atualmente está R$ 4,95 – diante da má qualidade do atendimento.

Entre as recomendações da CPI estão a renovação da frota, intensificação da fiscalização, melhoria na comunicação sobre horários e itinerários, revisão da tarifa e garantia de acessibilidade.

A comissão reforça que as denúncias revelam um sistema em crise e que medidas urgentes são necessárias para restabelecer a confiança da população.

A maioria das manifestações foi registrada via WhatsApp (415), seguida por e-mails (35), formulários preenchidos no site da Câmara (32), ligações telefônicas (2) e uma denúncia presencial.

A Ouvidoria da CPI do Transporte segue disponível para receber denúncias da população pelo telefone (67) 3316-1514, e-mail ([email protected]) ou formulário no site da Câmara Municipal de Campo Grande.