A proximidade da colheita de milho e a reta final da safra de soja têm impulsionado a movimentação logística e mantido os preços dos fretes rodoviários em alta em Mato Grosso do Sul. A análise consta no boletim de abril da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que aponta um cenário de forte demanda por transporte de grãos no estado, reflexo do avanço da colheita e da crescente procura internacional.
Segundo a Conab, o mercado de fretes sul-mato-grossense segue registrando valores elevados, em um comportamento típico do pico de colheita das culturas de verão.
Valores
O valor mais alto registrado em março foi de R$ 324,00 por tonelada, na rota entre Sidrolândia (MS) e o porto de Rio Grande (RS), distante 1.600 km. Esse valor representa um aumento de 8% em relação ao mês anterior e 9% na comparação anual.
Por outro lado, o menor custo de frete foi observado na rota entre Naviraí (MS) e Maringá (PR), com R$ 95,00 por tonelada. Esta rota de 312 km apresentou uma queda de 21% em relação a março de 2024, e de 6% comparado a fevereiro deste ano.
Volume transportado
Apesar da redução no volume de milho transportado, devido à baixa nos estoques e à priorização da soja, a expectativa é de que a chegada da próxima safra de milho volte a impulsionar o setor logístico. Além disso, o cenário internacional favorece o Brasil: a disputa comercial entre Estados Unidos e China pode redirecionar parte significativa da demanda global para os produtores brasileiros, influenciando os preços e pressionando o mercado de transporte.
Dados do Comex Stat mostram que, em março de 2025, Mato Grosso do Sul exportou cerca de 1,1 milhão de toneladas de soja e 10,7 mil toneladas de milho. A participação do estado nas exportações nacionais foi de 7,6% para soja e 1,2% para o milho.
As principais rotas de escoamento utilizadas no período incluíram os portos de Santos (SP), Paranaguá e São Francisco do Sul (PR), além de Porto Murtinho (MS) e Rio Grande (RS).
Panorama nacional
No cenário nacional, os embarques de milho somaram 5,9 milhões de toneladas em março, volume inferior às 7 milhões de toneladas registradas no mesmo mês de 2024. O porto de Santos liderou o escoamento do cereal, respondendo por 29,1% da movimentação. Em seguida, vieram os portos do Arco Norte (26,3%), São Francisco do Sul (16%) e Paranaguá (12,7%).
Já as exportações de soja atingiram 22,2 milhões de toneladas no mês, com destaque também para o porto de Santos, responsável por 36% do volume. Os terminais do Arco Norte escoaram 34,4%, enquanto Paranaguá respondeu por 15,8% e o porto de Rio Grande, por 3,4%.