
As condições de seca se intensificaram em Mato Grosso do Sul em novembro de 2025, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Leste do estado, segundo o Monitoramento Mensal das Secas elaborado pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e o Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
A análise indica que, apesar da ocorrência de chuvas acima da média em áreas do Centro-Sul, Leste e Sudeste, a maior parte do estado registrou precipitação abaixo da média histórica. Dos 62 pontos monitorados, 40 tiveram volumes inferiores ao esperado, enquanto apenas 21 ficaram acima da média.
Os dados mostram acumulados de chuva entre 0 e 90 milímetros em grande parte do território sul-mato-grossense. O maior volume foi registrado em Amambai, com 272,4 milímetros, índice 46% superior à média climatológica do período.
Em Campo Grande, a chuva acumulada em novembro ficou 5% acima da média histórica, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em outro ponto de medição oficial, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o acumulado chegou a 239,8 milímetros, valor 46% acima do esperado para o mês.

Mesmo com episódios de chuva mais intensa, os indicadores climáticos apontam agravamento da seca. O Índice Padronizado de Precipitação (SPI) revela déficit hídrico persistente nas regiões Norte e do Bolsão, com valores característicos de seca moderada. Já o Índice de Precipitação-Evapotranspiração (SPEI) confirma a intensificação das condições secas, sobretudo no nordeste e leste do estado.
Impacto nos Níveis dos Rios
A situação também afeta os níveis dos rios, especialmente no rio Paraguai, onde estações como Ladário, Porto Esperança e Porto Murtinho permaneceram em condição de estiagem ao longo de novembro. Em outras regiões, os níveis ficaram próximos do limite crítico.
Previsões Climáticas e o Fenômeno El Niño
Para os próximos meses, a previsão climática indica chuvas irregulares entre janeiro e março de 2026, com volumes que podem ficar ligeiramente abaixo ou acima da média, a depender da região. A tendência é de temperaturas próximas ou superiores à média histórica, o que pode agravar o quadro de déficit hídrico.
Segundo o monitoramento, o fenômeno El Niño–Oscilação Sul deve permanecer em condição de neutralidade no início de 2026, com influência indireta sobre o clima em Mato Grosso do Sul.