O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira (30), uma tarifa de 50% sobre a maioria dos produtos importados do Brasil. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, foi justificada como uma resposta ao processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, o decreto exclui 694 produtos brasileiros de setores considerados estratégicos, aeronaves, energia, fertilizantes e suco de laranja.
A decisão foi recebida com alívio parcial pelo governo brasileiro e por empresas exportadoras, que temiam impactos mais severos. Entre as isentas da nova tarifa estão empresas como a Embraer, que exporta grande parte de seus aviões aos Estados Unidos, e a Suzano, uma das maiores fabricantes de celulose do mundo. Após o anúncio, as ações das duas companhias registraram alta na bolsa.
Mesmo com as exclusões, o impacto comercial é significativo. O Brasil exporta cerca de 3 mil produtos diferentes para os EUA, e apenas uma parte deles foi poupada. Itens como carne bovina e café, dois dos principais produtos da pauta exportadora brasileira, não foram incluídos nas exceções. Representantes do setor de carnes já haviam alertado que as tarifas tornariam as exportações inviáveis.
A medida entra em vigor no dia 6 de agosto, mas produtos que já estiverem em trânsito até o dia 5 estarão isentos. A expectativa é de que setores como o de petróleo retomem as exportações, já que o produto também ficou de fora da nova taxação.
Enquanto parte do setor empresarial brasileiro respira aliviada, especialistas alertam que a decisão dos Estados Unidos pode ter efeitos duradouros nas relações comerciais entre os dois países, com possíveis impactos nas exportações brasileiras nos próximos meses.