Um caso de envenenamento é registrado, em média, a cada duas horas no Brasil. Entre 2009 e 2024, foram contabilizadas 45.511 internações em emergências do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (8) pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).
Situação em Mato Grosso do Sul
No recorte estadual, Mato Grosso do Sul registrou 578 internações relacionadas a envenenamento nos últimos dez anos. Desse total, 91 casos foram intencionais, classificados como intoxicação causada por terceiros, enquanto a maioria foi registrada como acidental ou indeterminada.
Principais causas
No país, os envenenamentos mais comuns estão ligados a medicamentos, drogas e produtos químicos não especificados. Em episódios acidentais, destacam-se os relacionados a analgésicos (2.225 casos), pesticidas (1.830), álcool (1.954) e anticonvulsivantes, sedativos e hipnóticos (1.941).
Perfil das vítimas
A maioria das ocorrências envolve homens (23.796 registros). Adultos jovens entre 20 e 29 anos (7.313) e crianças de 1 a 4 anos (7.204) são os grupos mais afetados. Entre os menos atingidos estão bebês com menos de 1 ano e idosos acima de 70 anos.
Distribuição regional
O Sudeste concentra quase metade dos registros (19 mil), liderado por São Paulo (10.161) e Minas Gerais (6.154). Em seguida estão o Sul (9.630), o Nordeste (7.080), o Centro-Oeste (5.161) e o Norte (3.980).
Casos recentes
Exemplos recentes reforçam a gravidade do problema. Em dezembro de 2024, três pessoas morreram em Torres (RS) após consumirem bolo contaminado com arsênio. Em janeiro, uma ceia de Réveillon em Parnaíba (PI) deixou cinco mortos por ingestão de alimento envenenado.
Já em abril, duas crianças perderam a vida em Imperatriz (MA) após comerem um ovo de Páscoa contaminado, e uma bebê de oito meses morreu em Natal (RN) depois de consumir açaí adulterado.
*Com informações da Agência Brasil