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ENTREVISTA

Morcego caído ou ativo durante o dia pode indicar raiva, alerta CCZ

Coordenadora orienta população a não tocar no animal e acionar equipe especializada para recolhimento

Orientação é não tocar no animal e acionar imediatamente o Centro de Controle de Zoonoses - Foto: Divulgação/CCZ
Orientação é não tocar no animal e acionar imediatamente o Centro de Controle de Zoonoses - Foto: Divulgação/CCZ

A confirmação do sétimo caso de raiva em morcegos neste ano em Campo Grande colocou em estado de alerta o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que já superou, antes mesmo do fim de junho, o total de registros de 2024.

O caso mais recente foi identificado no bairro Jardim Colúmbia, na região norte da Capital.

A coordenadora do CCZ, Cláudia Macedo, destacou que os casos deste ano estão distribuídos em diferentes bairros da cidade, o que demonstra uma ampla circulação do vírus.

“Ano passado foram seis casos. Agora, com sete morcegos positivados em diferentes regiões, isso nos preocupa. Identificamos ocorrências no Colúmbia, Veraneio, Carandá Bosque, Novos Estados. A principal orientação é que a população vacine cães e gatos, pois a imunização dos animais é a principal forma de prevenir a raiva em humanos”, afirmou durante entrevista ao Microfone Aberto, no quadro Saúde é Massa, da Massa FM Campo Grande.

Cláudia Macedo nos estúdios da Massa FM Campo Grande – Foto: Luiz Gustavo Soares/Portal RCN67

Comportamento anormal é sinal de alerta

A orientação do CCZ é clara: qualquer morcego encontrado caído no chão, ativo durante o dia ou voando em ambientes iluminados deve ser considerado suspeito. “O morcego saudável passa o dia escondido em locais escuros, como forros ou árvores de copa densa. Se ele estiver caído, imóvel ou acessível à luz, isso é um comportamento atípico e pode indicar infecção pelo vírus da raiva”, explicou Cláudia.

Nesses casos, o cidadão deve evitar o contato direto e acionar imediatamente o CCZ. “Não encoste. Se possível, isole o animal com uma caixa ou balde e aguarde a chegada da nossa equipe. Mesmo morcegos mortos podem estar infectados. Tivemos um caso no Centro, em 2023, de um morcego recolhido já sem vida que testou positivo”, ressaltou.

Procedimento e análise laboratorial

Após o acionamento da equipe, o animal é recolhido e passa por avaliação. Se necessário, é realizada a eutanásia e o envio da amostra para análise na Iagro, responsável pelo exame laboratorial.

Caso a infecção seja confirmada, o CCZ adota medidas de bloqueio na região, que incluem orientação à população e investigação de possíveis animais ou humanos contactantes.

Casos espalhados e risco em toda a cidade

Segundo a coordenadora, não há um único ponto crítico em Campo Grande, mas uma dispersão gradual dos casos. “Há dez anos, a maioria dos registros era na área central. Hoje, há ocorrências espalhadas por toda a cidade. Isso mostra que o vírus está circulando e exige vigilância em todas as regiões”, alertou.

Prevenção depende da população

A principal medida de prevenção continua sendo a vacinação de cães e gatos. “A raiva não tem cura. A única forma de proteção é a vacina. Por isso, a população precisa se conscientizar e manter a imunização dos animais em dia”, reforçou Cláudia.

O telefone do CCZ para denúncias e solicitações de recolhimento é o 3313-5000. O atendimento funciona todos os dias, inclusive em fins de semana e feriados.

Confira a entrevista na íntegra: