Mato Grosso do Sul ampliou as capacitações do MS Irriga, programa estadual voltado ao uso de sistemas de irrigação, com estimativa de potencial para irrigar até 4 milhões de hectares.
O curso ocorreu no Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte e foi ministrado pelo instrutor Victor de Souza Almeida. A programação de sábado (29) e domingo (30) incluiu práticas de campo como medição de vazão, análise de tubulações, definição de talhões e escolha de motobomba, etapas essenciais para o planejamento de sistemas eficientes voltados às cadeias de frutas e hortaliças.
A proposta é aproximar os participantes de técnicas aplicadas no campo e melhorar a eficiência produtiva em frutas e hortaliças.
Durante a abertura, representantes das entidades envolvidas apresentaram dados sobre a expansão irrigável do Estado. O estudo da Esalq/USP estimou que Mato Grosso do Sul tem capacidade para irrigar pelo menos 4 milhões de hectares.
“O relatório evidencia que temos capacidade para irrigar 4 milhões de hectares. Hoje irrigamos entre 120 e 130 mil”, afirmou o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta.
Ele também avaliou o potencial produtivo: “Somando a área já irrigada à área fértil potencial, chegamos a 250 a 300 mil hectares. O potencial é considerável”.
Beretta destacou ainda a relevância da capacitação para garantir eficiência no campo. “A irrigação traz segurança produtiva em períodos de estresse hídrico, mas também exige novas competências técnicas. Por isso, a formação é essencial”, disse.
Segundo ele, o impacto é ainda mais forte entre pequenos produtores. “Para os pequenos, a segurança e a mitigação de riscos são fundamentais.”
O grupo gestor do MS Irriga, que reúne a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS), Associação dos Irrigantes e outras entidades, apresentou ações em andamento.
Entre elas estão a elaboração de uma cartilha de orientações para irrigantes e iniciativas de incentivo à redução na tarifa de energia para uso em sistemas de irrigação.
Beretta também citou o Programa de Regularização de Barragens, previsto para lançamento em breve. “Muitos produtores possuem barragens e reservatórios para irrigação, e a regularização é essencial”, afirmou.
No sábado (29), os participantes acompanharam demonstrações de campo, testes de vazão e análise de conexões. No domingo (30), o foco foi irrigação localizada, com ênfase em gotejamento, microaspersão, montagem e manutenção de sistemas.
O módulo foi concluído com conteúdo aprofundado sobre fertirrigação, incluindo compatibilidade de fertilizantes e técnicas de aplicação voltadas à eficiência e prevenção de perdas.
*Com informações do Governo de MS
