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MS investe R$ 7,6 milhões para certificar produção de soja e milho com foco em carbono e rastreabilidade

Projeto visa fortalecer práticas sustentáveis e abrir mercado internacional para os produtores sul-mato-grossenses

- Foto: Arquivo RCN67
- Foto: Arquivo RCN67

O Governo de Mato Grosso do Sul firmou termo de fomento com a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja do Estado) para promover a certificação de propriedades rurais nas cadeias produtivas da soja e do milho, com foco em práticas sustentáveis, rastreabilidade e monitoramento de carbono. O investimento é de R$ 7,6 milhões, com recursos do Fundems (Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja), e o projeto terá vigência até setembro de 2027.

Viabilizada por meio do edital de chamamento público Semadesc/Fundems nº 018/2024, a iniciativa prevê a mobilização de produtores para adesão à certificação internacional RTRS (Round Table on Responsible Soy), além da realização de diagnóstico detalhado das propriedades elegíveis, mapeamento dos principais destinos da produção e identificação dos tipos predominantes de certificação.

A proposta inclui auditorias externas para verificar o cumprimento dos critérios exigidos, monitoramento do estoque de carbono nas propriedades certificadas, capacitação técnica de produtores e trabalhadores, além de ações educativas sobre sustentabilidade no agronegócio, como palestras, eventos e materiais informativos.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a ação integra a política estadual voltada à agricultura sustentável e à meta de tornar o Estado carbono neutro até 2030. “Já adotamos práticas consolidadas, como a agricultura de baixo carbono e os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta. Agora, avançamos na certificação com critérios ambientais, produtivos e de carbono”, destacou.

De acordo com Verruck, a rastreabilidade da produção é estratégica para atender mercados exigentes como o europeu e o asiático. “Este será o primeiro projeto de rastreabilidade da soja implementado no Estado, reforçando que o agricultor sul-mato-grossense adota tecnologias modernas e alinhadas aos padrões internacionais”, afirmou.

O secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, informou que o projeto será iniciado nas regiões de Costa Rica e Chapadão do Sul, com expectativa de expansão gradual.

A parceria estabelece ainda a obrigatoriedade de divulgação semestral dos resultados, com relatórios estatísticos sobre a evolução do plantio e colheita de soja e milho nos municípios participantes. A execução será acompanhada por comissão técnica, gestor nomeado e instrumentos de controle e transparência, como visitas técnicas, análise de relatórios físicos e financeiros, além da prestação de contas anual e final.

Entre as metas estabelecidas estão diagnósticos técnicos em propriedades, capacitação de produtores e trabalhadores rurais, auditorias de conformidade e emissão de certificações ambientais.

*Com informações da Semadesc