O projeto MS+Ciência, iniciativa de Mato Grosso do Sul voltada à popularização da ciência, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Nacional de Boas Práticas em Ciência, Tecnologia e Inovação. A premiação foi promovida pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). Ela ocorreu na manhã desta quinta-feira (3), em cerimônia realizada na sede da Fapesp, em São Paulo.
O projeto, coordenado pelo jornalista e pesquisador André Mazini, venceu na categoria “Desenvolvimento de Ecossistemas de CT&I”. Ele superou propostas do Rio de Janeiro e da Bahia. A iniciativa foi desenvolvida em parceria entre a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado (Fundect) e a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).
Para o diretor-presidente da Fundect, Márcio de Araújo Pereira, a conquista demonstra o avanço do estado em políticas públicas de ciência e tecnologia.
“É uma conquista da comunicação sul-mato-grossense, por se tratar de um projeto voltado aos jovens e comunidades. Estamos felizes em ver o MS+Ciência premiado como o melhor do Brasil”, afirmou.
A ideia do projeto nasceu a partir dos dados da Pesquisa de Percepção Pública sobre Ciência e Tecnologia, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Os dados revelaram índices baixos de conhecimento científico entre os brasileiros. Mais de 90% dos entrevistados, por exemplo, não souberam citar o nome de um cientista nacional.
Com base nesse cenário, o MS+Ciência estruturou suas ações para alcançar o público jovem e ampliar o acesso ao conhecimento. Os resultados são expressivos: só em 2024, os conteúdos somaram 695 mil visualizações no Instagram, 297 mil no YouTube, 49 mil no Facebook e 470 mil no TikTok. O programa “Papo de Ciência”, exibido pela TV Educativa, também contribuiu para essa aproximação. Ele adotou o formato descontraído de “mesacast”.
MS+Ciência: Impacto e Reconhecimento
A atuação foi além das mídias digitais. O projeto levou teatro e jogos a escolas públicas, com experiências lúdicas que despertaram o interesse pela ciência no cotidiano estudantil.
Segundo Mazini, a premiação é reflexo do esforço coletivo. “É um símbolo da aposta que o Estado tem feito para levar conhecimento científico à população. Isso só acontece graças à sensibilidade das instituições sul-mato-grossenses que têm atuado de forma articulada.”
O reconhecimento também veio com visibilidade nacional e internacional. O MS+Ciência participou de ações com o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). Além disso, será atração da Reunião Anual da SBPC e já desenvolveu projetos na Argentina, Colômbia e Paraguai.
A vitória reforça o protagonismo de Mato Grosso do Sul na produção e disseminação científica no país e fora dele.