
Um dia após participar da reunião nacional sobre segurança pública no Rio de Janeiro, com govenadores do centro-sul do país, o governador Eduardo Riedel (PP) afirmou, nesta sexta-feira (31), que o país precisa unir forças, inteligência e políticas sociais para conter o avanço do crime organizado.
“O enfrentamento tem que ser feito. O Rio de Janeiro talvez seja o caso mais extremo, porque lá você tem territórios dentro da cidade onde o Estado não está presente. Quem comanda isso? É o crime organizado”, afirmou.
Riedel avaliou como positiva a decisão do Paraguai e da Argentina de reconhecer grupos como o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas. Segundo ele, a medida tende a reforçar o cerco internacional e contribuir para o combate às facções que atuam na fronteira sul-mato-grossense.
“Se eles decretaram, vão ter uma pressão maior sobre esses grupos. Isso aumenta o cerco no Paraguai e na Argentina sobre esses grupos”, declarou.
O governador destacou que a situação do Rio de Janeiro tem reflexos diretos em Mato Grosso do Sul, por causa da rota de ilícitos que atravessa a fronteira do Estado.
“Aqui está o Comando Vermelho, aqui está o PCC, aqui tem uma fronteira e é rota de ilícito, como drogas e armas. Então, a conexão é direta”, disse.
Riedel também reforçou a importância da integração prática entre estados e da cooperação com a União, destacando que o debate sobre a PEC da Segurança Pública não deve ser politizado.
“A gente tem um problema de segurança pública seríssimo no país. Eu não tenho problema nenhum com a PEC, mas a gente não pode politizar essa discussão. Ela virou palanque para 2026. O importante agora é a capacidade das polícias, das inteligências, dos estados se articularem em conjunto, em parceria com a União”, afirmou.
Para o governador, o combate à criminalidade exige mais do que operações de repressão: deve incluir educação, inclusão e oportunidades.
“Não adianta ficar preso a essa discussão tão somente legislativa e não avançar naquilo que a lei já permite. A gente tem que aumentar a integração, aumentar a inteligência, apertar o cerco e, em paralelo, com aquilo que a gente sempre prega: educação, inclusão e emprego”, completou.