
Desde segunda-feira (10) as mudanças climáticas e os impactos sobre o meio ambiente são foco na COP30, em Belém do Pará. O diretor-presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Ângelo Rabelo, um dos representantes sul-mato-grossense na mobilização, disse que o Pantanal deve ganhar maior protagonismo nas discussões climáticas durante o evento.

Em entrevista a Rádio Massa Campo Grande, ele afirmou que há um movimento político e técnico para que o bioma deixe de ocupar posição secundária em relação à Amazônia nas pautas internacionais.
Segundo Rabelo, a participação de representantes do governo estadual e de organizações ambientais tem reforçado esse esforço.
“Não tenho dúvida de que teremos um reposicionamento estratégico do Pantanal”, afirmou ao destacar reuniões com o governador e entidades presentes na conferência.
O diretor chamou atenção para mudanças recentes no regime hídrico do bioma. Ele citou a perda de quase 1 milhão de hectares de área inundada e o comprometimento de nascentes como fatores que agravam a vulnerabilidade da região. “A história do Pantanal é exemplar, mas temos desafios importantes, como proteger as nascentes”, disse .
Rabelo afirmou que instituições nacionais e internacionais têm reconhecido a importância estratégica do bioma para a mitigação dos efeitos climáticos globais. Segundo ele, BNDES, governo brasileiro e organizações internacionais têm mencionado o Pantanal como prioridade ambiental .
Ele também citou ações recentes do IHP, como a formação da primeira brigada indígena do Pantanal, composta por integrantes da etnia Guató, e o cercamento de escolas ribeirinhas para ampliar segurança e educação ambiental. Em outubro, a brigada atuou no combate a um incêndio na região da Serra do Amolar.