A cidade de Aquidauana recebe, a partir desta quinta-feira (26), a segunda edição do Pantanal Tech, evento que promete movimentar a região pantaneira com debates sobre inovação, sustentabilidade e desenvolvimento produtivo.
A expectativa é de mais de 20 mil visitantes nos três dias de programação, que ocorre em uma fazenda com área destinada de 87 hectares para exposições, palestras e experiências práticas.
Durante entrevista ao programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande, o reitor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Laércio de Carvalho, destacou a dimensão e os objetivos do encontro.
“Temos mais de 200 parceiros confirmados, entre empresas, instituições e organizações públicas. É um evento que fala diretamente sobre o futuro do Pantanal, envolvendo quem vive lá e quem quer conhecer melhor essa realidade”, disse.
A abertura oficial será na quinta-feira, às 9h30, com presença do governador de Mato Grosso do Sul, além de representantes da bancada federal e autoridades estaduais.
Tecnologia, cultura e sustentabilidade no mesmo espaço
Entre as principais novidades da edição deste ano está a reestruturação da programação de palestras, que foi reduzida para permitir maior aproveitamento do público.
Temas como o combate ao fogo, a pesca esportiva, a pecuária sustentável e o Pacto pelo Pantanal — programa do Governo do Estado — estarão em pauta.
Logo na entrada do evento, os visitantes serão direcionados para 19 vitrines tecnológicas que apresentam soluções aplicadas à realidade pantaneira, como manejo de fruticultura, conservação de solo, piscicultura com tanques elevados, ovino e suinocultura, além de experiências com sistemas integrados de produção com eucalipto em parceria com a Embrapa Pantanal.
“São experimentos práticos e aplicáveis, pensados para mostrar como é possível produzir no Pantanal com responsabilidade ambiental”, explicou o reitor.
Além do campo tecnológico, o Pantanal Tech dá espaço à cultura e à gastronomia local. Estão previstos mais de 49 expositores da agricultura familiar e cerca de 80 estandes da economia criativa — 50 com apoio do Estado e outros 30 por meio da Prefeitura de Aquidauana.
Também haverá cozinha show com participação do Projeto Prospera, trazendo chefs de outros estados para preparar pratos com ingredientes pantaneiros ao vivo.
Legado da UEMS: mostrar o lado produtivo do Pantanal
Segundo Laércio de Carvalho, o objetivo da UEMS ao realizar o evento vai além da vitrine de inovação. A universidade busca reunir instituições que atuam no Pantanal para trocar experiências e dar visibilidade ao que é produzido na região, sem deixar de lado os desafios.
“O maior legado que queremos deixar é o encontro de todos os atores que trabalham e defendem o Pantanal. Queremos também valorizar o que o Pantanal tem de bom. Muita gente de fora do estado ainda associa o bioma a pautas negativas. Mas aqui tem produção, tem turismo, tem cultura, tem gente que depende e cuida dessa terra”, afirmou.
A programação inclui uma homenagem a figuras tradicionais da região, como Maria do Jacaré, conhecida entre os viajantes que cruzam a BR-262 em direção a Corumbá.
No sábado, haverá uma agenda especial coordenada pela Marinha, reunindo representantes de várias expedições científicas para evitar sobreposição de esforços e ampliar colaborações.
Atrações culturais encerram programação
No sábado à noite, o evento promove o Luau Pantaneiro, com apresentação do grupo Acaba e do maestro Fábio Kaida. “É um momento de confraternização, de celebrar a cultura fronteiriça que é parte essencial da identidade do Pantanal”, disse Laércio.
Confira a entrevista na íntegra: