Cerca de 1,5 milhão de hectares degradados em diferentes biomas brasileiros poderão ser recuperados até 2027 com recursos do Programa Eco Invest Brasil. O segundo leilão da iniciativa, cujo resultado foi divulgado nesta semana, mobilizou R$ 17,3 bilhões em capital catalítico, capazes de destravar até R$ 31,4 bilhões em investimentos públicos e privados.
O edital lançado em abril priorizou áreas da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa, Pantanal e Amazônia — esta última incluída na rodada apenas no fim de junho. Os projetos selecionados tiveram de atender critérios ambientais rigorosos, como recuperação do solo, preservação da fauna e da flora, e monitoramento de emissões de gases de efeito estufa.
Investimento com foco socioambiental
Do total arrecadado, R$ 16,5 bilhões vieram da linha pública de capital catalítico do programa, que combina aportes governamentais e privados para reduzir riscos e estimular a participação de investidores.
A área a ser restaurada é equivalente a quase três vezes o tamanho do Distrito Federal, com estimativa de criação de mais de 170 mil empregos.
Os recursos serão destinados a produtores rurais, cooperativas agropecuárias e empresas das cadeias do agronegócio, incluindo fabricantes de bioinsumos, frigoríficos, usinas de biocombustíveis e processadoras de alimentos.
Pelo menos metade da carteira deverá financiar a produção de alimentos, com prioridade para proteína animal e lavouras, além da recuperação da Caatinga.
Apoio internacional e critérios
O leilão teve apoio técnico do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Embaixada do Reino Unido no Brasil, que ajudaram a estruturar linhas de crédito climático e soluções financeiras voltadas para impacto socioambiental positivo.
As instituições participantes terão de realizar monitoramento contínuo das áreas beneficiadas e garantir a ampliação da cobertura vegetal permanente.
Histórico da iniciativa
No primeiro leilão, homologado em novembro de 2024, o Eco Invest Brasil atraiu R$ 6,81 bilhões em capital público catalítico, com potencial de movimentar R$ 44,36 bilhões em investimentos totais.
Na ocasião, metade dos recursos foi direcionada à transição energética, seguida por projetos de economia circular, bioeconomia e infraestrutura para adaptação climática.
*Com informações da Agência Brasil