
O Pantanal, um dos biomas mais ricos do planeta, voltou ao centro do debate climático mundial durante a COP30, realizada em Belém (PA). Representantes do SOS Pantanal estão no evento com o objetivo de incluir as áreas úmidas — como o próprio bioma — entre os temas centrais das negociações sobre mudanças climáticas.
Em entrevista à Rádio Massa FM, o assessor de comunicação da organização, Gustavo Figueiroa, destacou que o Pantanal atua como uma “esponja de carbono”, essencial para regular o clima na América do Sul. Segundo ele, as queimadas dos últimos anos colocaram esse papel em risco.
“As áreas úmidas são grandes armazenadoras de carbono. Quando o Pantanal queima, ele deixa de ser aliado e passa a ser emissor. Só em 2020, os incêndios no bioma liberaram a mesma quantidade de CO₂ que a Bélgica emite em um ano”, afirmou Figueiroa.
Entre as ações apresentadas pelo SOS Pantanal na COP estão projetos de brigadas de incêndio, restauração ambiental, monitoramento da água e governança hídrica. Desde 2020, a entidade atua na estruturação dessas frentes e busca apoio para garantir a continuidade do trabalho.
“Queremos colocar o Pantanal no mapa da COP. Embora a conferência aconteça na Amazônia, é preciso mostrar que todos os biomas estão conectados. O Pantanal é o maior representante das áreas úmidas e precisa ser reconhecido como peça-chave na mitigação climática”, disse.
Além da participação técnica, o SOS Pantanal aposta na cultura para ampliar a conscientização sobre o bioma. A organização realiza shows beneficentes com artistas como Ney Matogrosso e Lenine, com o objetivo de arrecadar recursos e chamar a atenção do público internacional para a importância da preservação.
“Conservar fora da bolha é fundamental. A arte ajuda a comunicar de um jeito diferente e leva o Pantanal ao coração da Amazônia”, concluiu Figueiroa.