Pelo menos 245 cavalos morreram após consumir rações contaminadas produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal. Os casos foram registrados em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas, segundo investigação conduzida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Análises laboratoriais identificaram nas rações a presença de monocrotalina, substância tóxica proveniente de plantas do gênero crotalaria, incompatível com a segurança alimentar de animais.
De acordo com o Mapa, mesmo em pequenas quantidades, esse alcaloide pode provocar lesões neurológicas e hepáticas graves em equinos.
“A legislação é clara: essa substância não pode estar presente em nenhuma hipótese nas rações”, afirmou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, em nota divulgada à imprensa.
A investigação apurou que, em todas as propriedades afetadas, apenas os animais que consumiram rações da Nutratta apresentaram sintomas ou foram a óbito. Aqueles que não ingeriram o produto permaneceram saudáveis, mesmo dividindo o mesmo espaço.
Empresa teve produção suspensa
Como medida cautelar, o ministério determinou a suspensão da fabricação e comercialização de rações da empresa destinadas a equídeos. Posteriormente, a interdição foi ampliada para rações de todas as espécies animais.
Mesmo com a medida, a Nutratta obteve na Justiça autorização para retomar parte da produção — exceto a voltada a equinos. O Mapa recorreu da decisão, apresentando novas evidências técnicas para justificar a manutenção das restrições.
O ministério informou ainda que acompanha o recolhimento dos lotes contaminados e instaurou um processo administrativo fiscalizatório contra a empresa, que também foi autuada.
*Com informações da Agência Brasil