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Sob protestos, Ministério dos Povos Indígenas exonera coordenador da Funai CG

Coordenação rebate troca como interferência política

Mobilização realizada, segunda-feira (10), na sede da Funai de Campo Grande (Foto: Reprodução/ Assessoria)
Mobilização realizada, segunda-feira (10), na sede da Funai de Campo Grande (Foto: Reprodução/ Assessoria)

O Ministério dos Povos Indígenas publicou nesta terça-feira (11) a exoneração de Elvisclei Polidório do cargo de coordenador regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em Campo Grande.

A portaria, assinada pelo secretário-executivo Eloy Terena, foi publicada no Diário Oficial da União e tem efeito imediato. O ato cita um processo administrativo, afirma que segue as normas previstas no Estatuto do Servidor Público Federal (Lei 8.112) e no Decreto 11.355, que regulamentam cargos comissionados no serviço público federal.

No entanto, antes mesmo da publicação da portaria com a mudança, lideranças indígenas se mobilizaram na Capital contra a troca. Na segunda-feira (10), 28 caciques estiveram na sede da coordenação regional para manifestar apoio à permanência de Elvisclei no cargo e contestar a decisão do ministério.

“Eles reafirmaram que não aceitam essa troca porque não houve consulta com a maioria dos caciques que fazem parte da jurisdição da CR (Coordenação Regional) Campo Grande”, afirmou Polidório em entrevista.

O agora ex-coordenador, rebate a informação de que alinhou sua saída do cargo e que fez tratativas com o Ministério dos Povos Indígenas.

“Eu não tenho pretensão de ir para o Ministério dos Povos Indígenas e não houve conversa formal com o secretário Eloy nem com esses grupos que pedem a troca”, declarou.

Segundo Polidório, o movimento pela sua saída teria apoio de apenas cinco caciques, enquanto mais de trinta lideranças seriam favoráveis à sua continuidade. Ele também acusa o ministério de interferência política.

“Foi uma interferência do Ministério dos Povos Indígenas, principalmente do secretário Eloy Terena, que quer ter acesso à Funai para fazer suas barganhas políticas”, afirmou.

Procurados pela reportagem, o Ministério dos Povos Indígenas e a Funai ainda não se manifestaram oficialmente sobre as declarações.

A Coordenação Regional da Funai em Campo Grande é responsável por atender dezenas de comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul, incluindo as etnias Terena, Guarani e Kaiowá.