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ABALOS EM MS

Sonora registra dois tremores de terra em menos de 10 horas

Estado já soma nove sismos em cinco meses, maior número em quase três décadas

Terremotos ocorreram dentro da bacia sedimentar do Pantanal, no município de Sonora - Foto: Reprodução/Prefeitura de Sonora
Terremotos ocorreram dentro da bacia sedimentar do Pantanal, no município de Sonora - Foto: Reprodução/Prefeitura de Sonora

Mato Grosso do Sul registrou dois tremores de terra entre segunda e terça-feira, ambos no município de Sonora, no norte do estado. O primeiro abalo ocorreu às 23h41, com magnitude de 3.5 na Escala Richter — o mais forte registrado no estado desde 2016. O segundo aconteceu hoje às 8h20, com magnitude de 2.1.

Com os eventos desta segunda-feira, já são nove sismos registrados em território sul-mato-grossense apenas nos cinco primeiros meses de 2025, o que torna este o ano com maior atividade sísmica no estado desde 1998.

Entre os abalos mais recentes, também estão os de Miranda (1.6 na Escala Richter, em 28 de abril) e Rio Negro (2.0 Escala Richter, em 26 de abril).

A professora e doutora da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo e Geografia da UFMS, Edna Maria Facincani, explica que os eventos desta segunda ocorreram dentro da bacia sedimentar do Pantanal, uma área considerada sismicamente ativa.

“Essa magnitude de 3.5 é normal dentro da bacia, que está em constante formação geológica. A acomodação dos esforços no embasamento da bacia é o que gera esses sismos”, afirma a especialista.

Ela lembra que, embora o número de registros tenha aumentado, isso se deve principalmente à maior quantidade de estações sismográficas instaladas na região desde 2003, em parceria entre a UFMS e o Instituto de Geofísica da Universidade de São Paulo (USP).

“Hoje temos muito mais equipamentos capazes de registrar os eventos. Isso não significa que no passado não houvesse tremores semelhantes — apenas não havia como medi-los com precisão”, explica.

Tremores de maior magnitude não são inéditos

O último tremor de 3.5 registrado em Mato Grosso do Sul havia ocorrido em 2016, também em Miranda. Já o sismo mais intenso do qual se tem registro no estado aconteceu em 1964, no Pantanal na região da Nhecolândia, com magnitude de 5.4.

Outro episódio marcante foi o sismo de Coxim, em 2009, que atingiu 4.8 na escala Richter.

Apesar do alerta causado por esses eventos, a professora Facincani tranquiliza a população: tremores abaixo de magnitude 4 raramente causam danos.

“Para que haja prejuízos estruturais, é necessário que o epicentro esteja muito próximo da superfície e a magnitude seja superior. No caso de hoje, são abalos sentidos com pouca intensidade ou mesmo imperceptíveis”, afirma.