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ENTREVISTA

Teste do pezinho no SUS passa a detectar mais de 40 doenças em bebês

Exame obrigatório é simples, gratuito e pode salvar vidas ao permitir tratamento precoce ainda nos primeiros dias de vida

Exame obrigatório é simples, gratuito e pode salvar vidas - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Exame obrigatório é simples, gratuito e pode salvar vidas - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A ampliação do teste do pezinho no sistema público de saúde em Mato Grosso do Sul representa um avanço no diagnóstico precoce de doenças graves em recém-nascidos. Antes restrito à detecção de sete enfermidades, o exame agora é capaz de identificar mais de 40 condições clínicas, incluindo imunodeficiências e atrofia muscular espinhal, com possibilidade de tratamento precoce.

A pediatra neonatologista Loreta Liberatti, da Santa Casa, participou ao vivo do quadro Saúde é Massa, da Massa FM Campo Grande, nesta segunda-feira (9), e destacou que o exame, feito entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê, é “uma relíquia que deve ser guardada para a vida toda”.

“Com o resultado do teste em mãos, conseguimos iniciar tratamentos antes mesmo dos primeiros sintomas, evitando prejuízos irreversíveis à saúde da criança”, explicou a médica.

Loreta Liberatti nos estúdios da Massa FM Campo Grande – Foto: Luiz Gustavo Soares/Portal RCN67

Ampliação do teste era antes limitada ao setor privado

Segundo Loreta, a versão ampliada do teste só estava disponível na rede particular e, muitas vezes, nem era coberta pelos planos de saúde. Agora, a cobertura pelo SUS representa um ganho importante para a saúde pública.

Entre as novas doenças detectadas estão problemas pulmonares, do sangue e do sistema imunológico. “É um salto imenso na prevenção, especialmente porque algumas dessas doenças são potencialmente fatais, mas tratáveis se descobertas a tempo”, afirmou.

Exame simples, gratuito e obrigatório

O teste do pezinho é obrigatório por lei e gratuito para todos os recém-nascidos. A coleta é feita com algumas gotas de sangue retiradas do calcanhar do bebê, aplicadas em papel filtro.

Não há necessidade de jejum, nem de preparo prévio. O procedimento pode ser feito na maternidade, antes da alta, ou em qualquer Unidade Básica de Saúde.

“O exame é simples, rápido e pode salvar vidas. Basta levar o bebê com a documentação. O ideal é que a coleta ocorra entre o terceiro e o quinto dia de vida”, orientou a pediatra.

Pais devem apresentar resultado nas consultas pediátricas

Loreta também alertou que muitos pais acreditam que só fazer o exame é suficiente, mas o resultado precisa ser levado ao pediatra. “Se não foi feito na maternidade, o profissional deve cobrar esse exame na primeira consulta, ainda nos primeiros dez dias de vida”, disse.

O resultado demora, em média, 15 dias úteis para ficar pronto. A recomendação é que os pais apresentem o documento na consulta de 30 dias. Caso o teste não tenha sido feito, ainda é possível realizar a coleta até os 30 dias de vida, com alternativas de análise mesmo após esse prazo.

Consulta pediátrica vai além da pesagem e da amamentação

A médica reforçou o papel do pediatra como figura central na formação de indivíduos saudáveis. “A consulta não serve só para pesar e medir. Ela avalia o sono, alimentação, ambiente familiar e prepara a criança para uma vida em sociedade. Cuidar de um bebê é cuidar do futuro”, afirmou.

Conhecimento como principal item do enxoval

Durante a entrevista, a médica ainda brincou que, ao planejar um bebê, o principal item do enxoval deve ser o conhecimento. “É importante buscar informação de qualidade, conversar com profissionais, perguntar, aprender. Isso é o que realmente faz a diferença na vida do bebê.”

Confira a entrevista na íntegra: