
Mato Grosso do Sul se prepara para um trimestre de verão (dezembro de 2025 a fevereiro de 2026) marcado por temperaturas mais elevadas que o normal e um regime de chuvas acima da média em boa parte do território, segundo análise técnica do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec).
Previsão para o trimestre
Chuvas
A média climatológica do trimestre dezembro-janeiro-fevereiro varia entre 500 e 600 mm em grande parte do estado, chegando a 600–800 mm no extremo Nordeste e 400–500 mm no Oeste.
Regiões como o Norte, Centro-Norte, Leste, Nordeste e parte do Pantanal devem registrar acumulados de chuva acima da média histórica. Essa condição favorece o reabastecimento hídrico e setores como a agricultura nessas localidades.
Em contraste, as regiões Sudoeste e Sul podem observar um cenário diferente, com maior probabilidade de registrar chuvas abaixo da média histórica. A população e o setor produtivo dessas áreas precisam manter a atenção ao uso e à gestão dos recursos hídricos.
Temperaturas
A temperatura média prevista para o trimestre tende a ficar próxima ou ligeiramente acima da média histórica, com tendência de um período mais quente em Mato Grosso do Sul.
O padrão climático do trimestre costuma ficar entre 24°C e 26°C no estado e entre 26°C e 28°C nas regiões Noroeste e Nordeste.

Fenômeno climático
Em relação ao El Niño Oscilação Sul (ENOS), o modelo aponta para uma probabilidade de cerca de 50% de ocorrência de condições de La Niña no trimestre de dezembro de 2025 a fevereiro de 2026.
É importante ressaltar que a atuação desta forçante climática no estado é, em geral, indireta, mas a sua presença ajuda a configurar o padrão de chuvas e temperaturas observado na projeção.
Cenário de Novembro
O cenário de previsão contrasta com o mês de novembro, que apresentou contrastes no comportamento do tempo em Mato Grosso do Sul, com volumes de chuva abaixo da média em grande parte do estado, extremos de temperatura e tendência de seca mais intensa nas regiões norte e bolsão.
Chuvas
Os acumulados de novembro variaram entre 0 e 90 mm na maior parte do estado, patamar abaixo da média histórica. As regiões Centro-Sul, Leste e Sudeste concentraram os maiores volumes, entre 90 e 180 mm, cenário que indica chuva acima do esperado nesses pontos. Dos 62 locais monitorados, 40 registraram valores inferiores ao padrão climatológico e apenas 21 ficaram acima.
O maior volume ocorreu em Amambai, que somou 272,4 mm e superou a média do período em 46%. Em Campo Grande, a chuva acumulada ficou 5% acima da normal climatológica, com destaque para o pluviômetro do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que registrou 239,8 mm, também 46% acima do esperado.
Temperaturas
Campo Grande apresentou mínima média 0,3°C acima da referência histórica e máxima média com elevação de 1,5°C. No estado, a amplitude térmica chamou atenção: os termômetros marcaram de 6,6°C a 40,8°C ao longo do mês. Corumbá registrou a menor temperatura em 6,6°C no dia 19, enquanto Água Clara alcançou 40,8°C no dia 30.
A umidade relativa chegou a 12% em Três Lagoas no dia 29. O vento mais forte ocorreu em Fátima do Sul, com rajada de 138,9 km/h no dia 1º.
Seca
O Índice Padronizado de Precipitação (SPI) mostrou intensificação da seca no mês, sobretudo nas regiões norte e bolsão. Nessas áreas, os valores do SPI em escalas de 3 e 6 meses variaram de -1,3 a abaixo de -1,6, indicando déficit de chuva persistente. No Pantanal, o SPI positivo na escala de 12 meses refletiu excedente de precipitação acumulada no longo prazo.