O presidente do Misto Esporte Clube, Jamiro Rodrigues de Oliveira, conhecido como Miro, e o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira, aproveitaram a presença da Seleção Brasileira Sub-20 em Três Lagoas e o jogo contra o “Carcará” para fazer um raio-x do futebol no Estado do Mato Grosso do Sul. As duas lideranças esportivas afirmaram que o crescimento do futebol, deve-se a um melhor preparo dos próprios dirigentes dos times. Nesse quesito, o líder do futebol de Três Lagoas afirma que os times do interior saíram bem na frente, garantindo a conquista dos últimos campeonatos estaduais.
Miro tem 64 anos, sendo 58 dedicados ao esporte dentro e fora dos gramados. Oliveira além da presidência do clube, acumula a função de prestador de serviços para a Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul. “Comecei a jogar com sete anos de idade. Parei aos 53 e já virei dirigente”, conta. O dirigente tem originariamente a profissão de construtor. “Fazia da fundação até a entrega da chave, tinha uma equipe que trabalhava comigo”.
Mesmo com a experiência de quem já viveu tantos anos no esporte, ele não deixa de se atualizar. “Ano passado terminei um curso de dois anos e meio. Professores de Educação Física às vezes não se preocupam em fazer esse tipo de curso. Esse que fiz é de nível universitário com atuação no futebol e educação física. Ele é organizado pelo Conselho Regional de Educação Física (Cref) e fiscalizado pela Conselho Federal de Educação Física (Confef)”, contou mostrando com orgulho a carteirinha de conclusão dos estudos.
A experiência somada a constante atualização nos conhecimentos fez com que ele analisasse com propriedade as alterações no decorrer dos anos ocorridas no futebol do Estado. “A mudança veio de uns quatro ou cinco anos para cá. Começou a nos últimos 10 anos, mas mudança forte mesmo é dessa época. Para se ter uma idéia o último campeão estadual da capital foi o Cene em 2005”.
O presidente do Misto apontou os motivos que levaram as equipes do interior a monopolizarem o campeonato nos últimos anos. “Faltava experiência aos diretores do interior. De 2004 para cá, diretores do interior começaram a estudar mais o futebol, antigamente só dois times da capital ganhavam o campeonato”, referindo-se a Comercial e Operário. Na realidade, porém, não devia ser nem como antes, nem como agora.
Cezário acredita que o futebol no Estado esteja em um processo de evolução.
“Acho que hoje temos um futebol competitivo. O campeonato tem sido muito bom e com alto nível técnico nos últimos anos. O motivo é o crescimento profissional dos dirigentes”. Para o presidente do Misto os times do MS inteiro deveriam estar em condição de igualdade.
“O ideal seria que capital e interior fossem iguais, tivessem as mesmas forças. Aí o campeonato seria mais forte”, avaliou Miro.
ATITUDE
Para o mandatário do time treslagoense, os dirigentes da capital começaram a fazer agora o que os dirigentes do interior fizeram antes e a tendência é evoluir. “Eles (dirigentes) vão trabalhar para melhorar. Acredito que todos que trabalham conseguem”. Questionado sobre onde era mais fácil atuar, dentro ou fora de campo, Miro não titubeou. “Fora do campo é mais fácil, tem uma equipe que ajuda a vencer, dentro é mais difícil, você tem que ter preparo físico e habilidade”.
Já o “chefe maior” do futebol no Estado acredita piamente em uma reação dos times da Capital. “Existe um projeto da Câmara dos Lojistas de Campo Grande para tornar as equipes da capital grandes de novo. Eu acredito que o futebol de Campo Grande vai voltar a ser o que era”, frisou Cezário.