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Três Lagoas, 04 de maio

Empresa interrompe transporte de carga e deixa vagões parados em Três Lagoas

ANTT determina que a concessionária restabeleça a prestação do serviço de transporte ferroviário de cargas

Por Ana Cristina Santos
22/03/2016 • 07h23
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A Empresa América Latina Logística (ALL) interrompeu o transporte de cargas da empresa Arcelor Mittal Brasil com destino a Corumbá (MS) e abandonou vagões carregados com produtos siderúrgicos em Três Lagoas, Corumbá e Baurú (SP).

Somente em Três Lagoas a empresa deixou 70 vagões parados, em Baurú, 36 e em Corumbá, 11 composições carregadas. As informações constam em portaria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), publicada no Diário Oficial da União do dia 14 de março, que concede medida cautelar com vistas à tutela dos direitos da sociedade empresarial Arcelor Mittal, usuária dependente do transporte ferroviário de cargas contra a ALL.

A medida cautelar determina que a concessionária restabeleça a prestação do serviço de transporte ferroviário de cargas à Arcelor Mittal e providencie a entrega das cargas que se encontram em trânsito. Ao todo, são dez mil toneladas de produtos siderúrgicos. Em caso de descumprimento, a concessionária está sujeita à aplicação de penalidades, como multa e interrupção de contrato.

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A desativação da ferrovia é denunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários desde maio do ano passado, quando cerca de 300 funcionários foram demitidos. Somente em Mato Grosso Sul, são 1.200 quilômetros de ferrovia desativados, no trecho que liga Três Lagoas e Corumbá .

No final do ano passado, a concessionária anunciou que planejava investir R$ 1,9 bilhão na ferrovia no Estado. Mas, para executar o investimento, queria a ampliação do prazo de concessão, licenciamentos ambientais e autorização para retificação de traçado. As reivindicações constam nos estudos de viabilização da malha ferroviária sul-mato-grossense, apresentados pela empresa ao governo federal.

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), se colocou à disposição para negociar com a ANTT e a Rumo/ALL , afim de evitar a desativação da ferrovia no Estado. Algumas reuniões foram realizadas, mas sem definição do que será feito.

O fim das atividades da ferrovia já é dado como certo, uma vez que a concessionária trabalha com apenas três contratos,com a Arcelor Mittal, da empresa Fibria para transporte de celulose ao Porto de Santos (SP), e da Vale, das Minas de Coumbá até o Porto Esperança.

A concessionária tem alegado que as operações dependem da demanda de mercado.

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