A Polícia Civil de Paranaíba segue trabalhando no caso da morte da bebê Maria Hellena, de 9 meses, ocorrida no dia 29 de abril, após receber uma injeção na Santa Casa de Misericórdia. De acordo com o delegado regional, Dr. Lúcio Barros, o delegado responsável pelo caso já enviou ofício ao hospital, solicitando informações e requisitando imagens das câmeras do circuito de segurança.
A espera agora é pelo resultado dos exames necroscópicos realizados após a exumação do corpo, a pedido da família, que abriu Boletim de Ocorrência após não concordar com o resultado apontado no documento de óbito emitido pelo Instituto de Medicina Legal.
No dia 9 de maio, foi feita a exumação do corpo da bebê pela equipe da perícia criminal, médico legista e outros servidores públicos, além de familiares, quando foi realizada a retirada de material enviado para o Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), ligado à Coordenadoria Geral de Perícias da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MS.
Dois exames estão em andamento: o anatomopatológico, exame microscópico em tecidos humanos, usado para identificar doenças e ajudar a diferenciar causas naturais de causas externas, que está sendo feito em Campo Grande. Outro exame, o toxicológico, que ajuda a encontrar substâncias tóxicas no corpo, está sendo realizado em Cuiabá pela Politec. A previsão é de que os resultados sejam conhecidos em 40 dias.
De acordo com o delegado regional, Dr. Lúcio Barros, independentemente dos resultados dos exames, a polícia vai examinar as imagens que ainda não foram disponibilizadas pelo hospital. O delegado responsável pelo caso, Dr. Igor Mendes , deve começar a ouvir o depoimento de profissionais que estavam na unidade de saúde no dia da morte da bebê.
A autoridade policial encaminhou ofício à Santa Casa de Paranaíba, solicitando a relação de todos os funcionários que estavam trabalhando naquele dia, em especial no setor onde se deu o fato, além das imagens do circuito interno de segurança.
O bebê Maria Hellena faria dez meses na última quarta-feira (21), e sua mãe, Letícia Marinho, não consegue esconder sua dor. Professora da rede municipal de ensino, ela gradativamente começa a voltar ao trabalho, por coincidência, ajudando a cuidar de crianças em um Centro de Educação Infantil da cidade.
Através de entrevistas concedidas à imprensa regional, a mãe reafirma que acredita em erro na aplicação do medicamento e espera por justiça: “Que os culpados paguem por seus erros, mesmo que isso não traga minha filha de volta”, afirmou.
Em suas redes sociais, Letícia procura por respostas: “Por que tinha que ser comigo? O que eu perdi? Perdi o chão… perdi a vida… perdi a emoção. Perdi a essência de viver. Minha filha se foi e, junto dela, os sonhos que nunca serão vividos… Perdi a noção de você… e agora, não consigo me encontrar em nenhum outro lugar. Você se foi… e levou uma parte de mim”, escreveu a mãe.